“Os líderes europeus não têm realmente um plano de paz tangível, que seja implementável, porque não há forma de forçarem Putin a algo assim, e dificilmente têm qualquer influência.” A opinião de Anna Matveeva, investigadora no King’s Russia Institute, sobre os esforços diplomáticos europeus para a Ucrânia, é muito crítica. Ouvida pelo Expresso, a analista diz não considerar possível que Putin aceite pausar, por um mês, a guerra, que, “na verdade, está a vencer gradualmente”. Anna Matveeva também acredita que a proposta é um improviso: “É uma tentativa de modelar o processo da guerra russo-ucraniana ao do Médio Oriente. Temos assistido a este tipo de processo entre Israel e o Hamas. Fase a fase, cessar-fogo, pausa temporária, troca de reféns, libertação de pessoas, ajuda humanitária. Vimos este tipo de modelo em Israel. Mas esta é uma guerra completamente diferente”.
Sendo o contexto tão distinto, “pelo menos Macron, que conhece a Rússia, que conhece Putin, deveria compreender que isto é realmente um fracasso” ou que não é realmente “um sinal de intenção de ter um plano de paz”, defende Matveeva.
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