Com algum humor à mistura, o Presidente francês tentou a aproximação: duas figuras políticas que se encontraram várias vezes, mas cujo desencontro é agora mais palpável do que nunca. Emmanuel Macron tentou aproximar-se do seu homólogo americano, Donald Trump, mas desafiando-o, fazendo fact checking às suas incorreções, batendo o pé para defender a Ucrânia, de cuja soberania o seu interlocutor estará prestes a abdicar.
É um equilíbrio difícil: ouvir o Presidente dos Estados Unidos promover a narrativa de que a Ucrânia aproveitou o apoio americano na sua defesa contra a invasão em grande escala da Rússia, sendo agora tempo de receber o pagamento de volta, e não reagir mal. “Esta guerra custou-nos a todos muito dinheiro”, disse Macron a Trump e aos jornalistas. “E isto é responsabilidade da Rússia, porque o agressor é a Rússia.” Trump, aliado do invasor, interrompeu. “Só para que perceba, a Europa está a emprestar dinheiro à Ucrânia”, disse. “Recebem o dinheiro de volta.”
“Não”, sentenciou Macron, tentando amortecer o golpe ao americano, e colocando a mão sobre o seu pulso. “Para ser franco, pagamos 60% do esforço total… fornecemos dinheiro real, para ser claro.”
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