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Guerra na Ucrânia

“É terrível, os comboios civis já saíram”: a batalha em Pokrosvk pode acabar “num conflito urbano que não se via desde a II Guerra Mundial”

A linha da frente em Pokrosvk
A linha da frente em Pokrosvk
Anadolu

Será muito mais difícil para os ucranianos fazerem qualquer progresso na região de Donetsk se perderem Pokrovsk. É por isso que lutam tão obstinadamente para a manter, e é por isso que os russos se esforçaram tanto para a conquistar

As explosões agravam-se todos os dias; tornam-se mais intensas e mais frequentes. Em fevereiro, as tropas russas começaram a aproximar-se. Primeiro, capturaram a cidade de Avdiivka, nos arredores de Donetsk, uma área ocupada pelo Kremlin. Depois, engoliram aldeias e povoações vizinhas no seu encalço. “A situação em Pokrovsk é terrível”, admite ao Expresso Walter Dorn, professor de Estudos de Defesa no Canadian Forces College, em Toronto.

“Os últimos comboios para civis já partiram. Os russos estão a avançar e prontos para começar a destruir grandes partes da cidade, como fizeram em tantas outras cidades que pretendiam ocupar, incluindo Bakhmut.” Tal como relata Walter Dorn, a ocupação russa pode estar por horas. Pokrovsk já foi lar para cerca de 50 mil pessoas.

Durante mais de uma década - depois de Putin ter tomado partes de Donetsk, em 2014 -, tem sido um centro militar ucraniano. Mas funciona também como um centro ferroviário e rodoviário. Os soldados que iam ou vinham da linha da frente contribuíam para ali aumentar a população, levando ao florescimento da economia. “Pokrovsk é um importante centro de trânsito”, destaca o analista de defesa de Toronto, referindo que a localidade fica numa estrada principal de Donetsk - detida pela Rússia - para Dnipro. “A sua captura também ajudaria a Rússia a avançar em direção a Kramatorsk, a capital de Donetsk, controlada pela Ucrânia. Pokrovsk também possui minerais valiosos, especialmente uma grande mina de carvão que produz materiais necessários para o aço. A mina é propriedade da Metinvest B.V. [que tem sede nos Países Baixos].”

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