Guerra na Ucrânia

Zelensky admite negociações de paz diretas com Moscovo

Volodymyr Zelensky
Volodymyr Zelensky
Carl Court

“O plano estará pronto no início de novembro. Será um começo para alguma base para falar em qualquer formato com a Rússia. Em qualquer formato”, afirmou o Presidente da Ucrânia

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu este sábado que a nova proposta de plano de paz para a Ucrânia deverá permitir negociações diretas com a Federação Russa.

"O plano estará pronto no início de novembro. Será um começo para alguma base para falar em qualquer formato com a Rússia. Em qualquer formato. Com qualquer um dos seus representantes. Porque haverá um plano", assegurou o líder ucraniano num comunicado.

Zelensky explicou que três dos pontos deste plano de paz já foram conseguidos, o que permitiria à Rússia ser convidada para uma segunda conferência de paz, como a que se realizou na Suíça nos dias 15 e 16 de junho.

"Não pode haver um fim para a guerra sem uma das partes envolvida", argumentou Zelensky, embora se mostre convencido de que a Rússia quer continuar com a guerra, pelo que questionou a vontade de Moscovo em participar na conferência de paz, que poderá realizar-se ainda este ano.

Zelensky insiste que, antes de tudo, é necessário que a Ucrânia se fortaleça tanto quanto possível antes da reunião.

Corroborando esta ideia de preocupação do Presidente, o chefe da diplomacia ucraniana, Andrí Bibiga, avisou hoje que a Rússia se prepara para atacar instalações nucleares, para restringir ainda mais o acesso a energia elétrica do país, antes do inverno.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano referiu que os ataques podem afetar "sistemas abertos de distribuição em centrais nucleares e subestações de transmissão, cruciais para o funcionamento seguro da energia nuclear".

"Os danos nestas instalações representam um elevado risco de um incidente nuclear com consequências globais", alertou Bibiga, referindo-se à central nuclear de Zaporijia, ocupada pelas forças de Moscovo.

Os ataques russos ao sistema energético ucraniano obrigaram as autoridades ucranianas a implementar cortes sistemáticos de energia durante o verão e há receios de que a situação possa tornar-se ainda mais grave no inverno.

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