Surgiu em resposta a um jornalista da estação televisiva “Rossiya-1” o mais recente aviso de Vladimir Putin, e que vem descrito no jornal russo “Kommersant” como “a” linha vermelha do líder do Kremlin. Em São Petersburgo, Putin era confrontado com a indicação de que Washington se prepara para levantar a proibição do uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia no interior do território russo. E o alerta de Putin foi claro como raras vezes tem sido.
“Há uma tentativa de substituição de conceitos. Porque não estamos a falar em permitir ou proibir o regime de Kiev de atacar o território russo. Kiev já o faz com a ajuda de veículos aéreos não tripulados e outros meios. Mas, quando se trata do uso de armas de precisão de longo alcance fabricadas no Ocidente, a história é completamente diferente.” A história, como Putin a conta, é esta: o Exército ucraniano não é capaz de realizar ataques com sistemas modernos de longo alcance e alta precisão produzidos no Ocidente. “Não podem fazê-lo. Isso só é possível utilizando dados de informação de satélites, que a Ucrânia não possui. Trata-se apenas de dados de satélites pertencentes à União Europeia ou aos Estados Unidos, ou seja, são, em geral, de satélites da NATO.”
A mesma explicação tinha sido dada por Pavel K. Baev, analista de Ciência Política do Instituto para a Paz de Oslo, que na quinta-feira disse ao Expresso: “Em termos militares, não é a permissão política que Zelensky procura, mas, sim, precisão na definição de alvos, e é apenas o Pentágono que o pode fornecer, pelo que o consentimento formal do Reino Unido para o uso de mísseis Storm Shadow, úteis como têm provado ser nos ataques em Berdyansk (região de Zaporíjia), por exemplo, não é suficiente.”
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