Guerra na Ucrânia

Chefes da diplomacia norte-americana e britânica visitam a Ucrânia e anunciam apoio de 1,3 mil milhões de euros: o 931.º dia de guerra

Volodymyr Zelensky com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à esquerda, e o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, David Lammy, à direita
Volodymyr Zelensky com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à esquerda, e o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, David Lammy, à direita
Leon Neal

Os chefes das diplomacias dos EUA e Reino Unido visitaram a Ucrânia e anunciaram um pacote de apoio de mais de 1,3 mil milhões de euros, incluindo ajuda humanitária. Já o Kremlin criticou o uso do nome de Putin no debate político dos EUA

Os chefes das diplomacias norte-americana e britânica chegaram, esta quarta-feira, à Ucrânia para discutir a flexibilização das regras sobre a utilização de armas ocidentais contra a Rússia, acusada de comprar mísseis balísticos ao Irão.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, fez a longa viagem de comboio da Polónia para Kiev na companhia do homólogo britânico David Lammy, cujo governo trabalhista, com dois meses de existência, prometeu continuar a ser um dos principais apoiantes da Ucrânia.

A visita surge numa altura em que o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, pede constantemente ao Ocidente armas com maior poder de fogo e menos restrições à sua utilização.

Os Estados Unidos e o Reino Unido vão transferir pacotes de ajuda a Kiev, que somados atingem acima de 1,3 mil milhões de euros, anunciaram na capital ucraniana os chefes das diplomacias dos dois países.

O apoio de Washington está avaliado em mais de 700 milhões de dólares (635 mil milhões de euros) em ajuda humanitária, dos quais cerca de metade serão destinados ao reforço da rede energética ucraniana, detalhou Blinken, em conferência de imprensa. Já o britânico David Lammy anunciou que o Reino Unido vai entregar centenas de mísseis antiaéreos adicionais à Ucrânia em 2024 para se defender dos ataques russos.


Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ No mesmo dia em que o secretário de Estado norte-americano visita a Ucrânia, o Kremlin apelou aos dois candidatos presidenciais dos Estados Unidos que deixem em paz o líder russo, Vladimir Putin, que foi várias vezes mencionado durante o debate realizado na terça-feira. "O nome de Putin é utilizado, digamos, como um dos instrumentos da luta política interna nos Estados Unidos. Não gostamos nada disto. Esperamos que deixem o nome do nosso Presidente em paz", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa telefónica diária.

⇒ As forças russas reconquistaram várias aldeias na região de Kursk, após um contra-ataque em grande escala no território que o exército ucraniano invadiu a 6 de agosto, segundo a imprensa russa. De acordo com o portal Meduza, as tropas russas recapturaram, em particular, a aldeia de Snagost, situada a cerca de seis quilómetros da atual linha divisória entre as duas partes.

⇒ O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico revelou ter convocado o encarregado de negócios da embaixada iraniana em Londres para protestar contra "a entrega de mísseis balísticos do Irão à Rússia" para atacar a Ucrânia. "O governo britânico deixou claro que qualquer transferência de mísseis balísticos para a Rússia seria vista como uma escalada perigosa e resultaria numa resposta significativa", afirmou um porta-voz diplomático britânico num comunicado.

⇒ O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou as forças russas de cerca de 137 mil crimes de guerra durante a invasão da Ucrânia, e apelou para a responsabilização dos países que violam as regras do Tribunal Internacional Penal (TPI).

⇒ A Ucrânia instou os aliados vizinhos da NATO a abaterem mísseis e 'drones' russos que visam alvos nas regiões ocidentais do país, alertando que os ataques de Moscovo estão a aproximar-se das fronteiras com a Aliança Atlântica.

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