Ataque russo com mísseis e drones foi o mais intenso em semanas; drone de Moscovo terá entrado no espaço aéreo polaco (915º. dia de guerra)
A segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, também foi atingida
SERGEY BOBOK
Pelo menos cinco mortes resultaram do maior ataque com mísseis russos em semanas. A rede elétrica da Ucrânia foi o principal alvo, e ocorreram cortes de eletricidade e abastecimento de água. A Polónia vai averiguar aquilo que considera ser a violação do seu espaço aéreo durante o lançamento de mísseis e drones russos. Eis os destaques do 915º. dia de guerra
Moscovo lançou cerca de 200 mísseis e drones contra a Ucrânia nesta segunda-feira, com explosões a abalar grandes cidades, incluindo a capital, Kiev. Pelo menos cinco pessoas morreram na sequência dos ataques, disseram as autoridades ucranianas. A vizinha Polónia, pertencente à NATO, informou que um drone terá entrado no seu espaço aéreo. A infraestrutura de energia também foi alvo dos ataques, revelaram aquelas autoridades.
Foram registados cortes de energia e interrupções no fornecimento de água em muitas áreas, incluindo em algumas áreas de Kiev, mas as autoridades adiantaram que o ataque teve como alvo o setor da energia ou outras infraestruturas críticas em pelo menos dez regiões.
“O ataque dos drones inimigos continua; fiquem em abrigos”, aconselhou a Força Aérea ucraniana, numa publicação no Telegram, quando várias cidades eram atingidas.
Além de Kiev, também a segunda maior cidade do país, Kharkiv, e a cidade ocidental de Lviv foram atingidas. Os alertas de ataques aéreos soaram em vários lugares.
O lançamento de mísseis e drones ocorre um dia depois de uma série de ataques na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia. Kiev acredita que os ataques desta segunda-feira constituem um esforço concertado para degradar infraestruturas antes do próximo inverno, a estação em que as pessoas mais precisam de eletricidade e aquecimento.
A salva de mísseis e drones de segunda-feira foi o ataque mais intenso da Rússia em semanas. Paralelamente, a Ucrânia reivindica novos avanços numa grande incursão transfronteiriça na região de Kursk, no sul da Rússia, enquanto as forças russas avançam, sem pausas, no leste da Ucrânia, aproximando-se do centro de transportes de Pokrovsk.
"Foi um dos maiores ataques combinados. Mais de cem mísseis de vários tipos e cerca de uma centena de drones Shahed, e, como a maioria dos ataques russos anteriores, este é igualmente sorrateiro, tendo como alvo infraestruturas civis críticas", declarou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Telegram.
A Polónia afirma que um “objeto” entrou no seu espaço aéreo, que poderá ter aterrado em território polaco e que estão em marcha buscas para conhecer os detalhes do acontecimento, revela a agência Reuters. “Provavelmente era um drone, e assumimos que sim, porque a trajetória do voo e a velocidade indicam que definitivamente não era um míssil”, disse Jacek Goryszewski, porta-voz do comando operacional do Exército polaco à Reuters.
⇒ O chefe da diplomacia da União Europeia pediu esta segunda-feira o levantamento das restrições à utilização de equipamento ocidental pela Ucrânia, nomeadamente para atacar o território russo. "Reitero que levantar as restrições à utilização de capacidades contra a Rússia, de acordo com a lei internacional, fortaleceria a Ucrânia", escreveu Josep Borrell na rede social X.
⇒ Um grupo de médicos e profissionais de saúde russos dirigiu-se ao líder do Kremlin, Vladimir Putin, para solicitar um processo-crime contra os funcionários da prisão do Ártico onde o opositor Alexei Navalny morreu em fevereiro. "A morte de Navalny ocorreu em consequência do cumprimento negligente das suas obrigações por parte dos funcionários dos serviços penitenciários", refere uma declaração dos profissionais de saúde. Por esta razão, quase uma centena de clínicos enviaram um pedido a Putin e ao Comité de Investigação Russo para abrir uma investigação criminal.
⇒ A Letónia vai realizar um grande exercício militar entre 3 e 8 de setembro, no qual participarão 11 mil soldados letões e aliados da NATO, anunciou o Ministério da Defesa de Riga. Estes exercícios serão organizados "em cooperação com a sede da Divisão Multinacional Norte da NATO", segundo um comunicado do Ministério da Defesa da Letónia.