Guerra na Ucrânia

Ucrânia ataca campo de aviação perto de Volgograd e Rússia avança em Donetsk (911º. dia de guerra)

Estragos causados por ataques russos perto de Pokrovsk
Estragos causados por ataques russos perto de Pokrovsk
Global Images Ukraine

A Rússia e a Ucrânia reivindicaram novos ganhos no campo de batalha nesta quinta-feira, com Kiev a congratular-se pela captura de mais uma vila em solo russo, e centenas de ucranianos, ao mesmo tempo, a retirarem-se, em fuga, da cidade de Pokrovsk, no leste, enquanto as forças russas avançavam na área. Eis os destaques do 911º. dia de guerra

Militares ucranianos realizaram um ataque noturno com drones contra um campo de aviação militar russo, perto da cidade de Volgograd. Também anunciaram a captura de outra aldeia na região russa de Kursk, enquanto as forças russas avançavam na região de Donetsk.

O líder do executivo regional de Volgograd, Andrei Bocharov, afirmou, segundo o jornal “The Guardian”, que o ataque ocorreu por volta das 3h00. Foi aproximadamente a essa hora que moradores ouviram uma série de explosões. Várias horas depois, as munições foram detonadas, tendo sido avistado uma densa nuvem de fumo.

Agentes dos serviços de segurança da Ucrânia também disseram ter realizado o ataque remoto contra a base aérea de Marinovka, 70 quilómetros a oeste de Volgograd, perto da cidade de Kalach-na-Donu. A base abriga cerca de 30 caças Su-34 e Su-35. Trata-se de aeronaves que realizam bombardeamentos regulares contra posições ucranianas na linha de frente, a cerca de 450 quilómetros de distância.

Kiev está a travar uma campanha cada vez mais ambiciosa, usando drones de longo alcance contra alvos críticos de infraestruturas russas. Mais de 200 já foram atingidas, desde depósitos de petróleo e refinarias a fábricas de armas.

Na terça-feira, o Exército ucraniano realizou um grande ataque contra Moscovo e enviou drones para a região ártica de Murmansk, a mais de 1600 quilómetros de distância, onde estão localizados bombardeiros estratégicos russos. O Ministério da Defesa da Rússia disse que abateu todos os veículos aéreos não tripulados hostis que se infiltraram no seu território.

Na manhã desta quinta-feira, drones atingiram um navio com tanques de combustível no porto de Kavkaz. O local não é muito longe da ponte rodoviária e ferroviária que liga a Rússia à região ocupada da Crimeia. Kiev diz ter a intenção de acabar com a travessia “ilegal” do Estreito de Kerch.

Volodymyr Zelensky deslocou-se para a área fronteiriça na província de Sumy, onde se originou a incursão da Ucrânia em território russo. Ali, Zelensky encontrou-se com o coronel-general Oleksandr Syrskyi.

De visita à área fronteiriça de onde as suas tropas entraram na região de Kursk, no oeste da Rússia, a 6 de agosto, o Presidente ucraniano anunciou a captura de uma nova aldeia cujo nome não mencionou, e disse que a incursão ajudou a reduzir o bombardeamento russo na região de Sumy.

Por outro lado, Moscovo afirma que as suas tropas assumiram o controlo da vila de Mezhove, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, adianta a agência Reuters. As autoridades ucranianas assumem que as tropas russas estão agora a apenas 10 quilómetros de Pokrovsk, um importante centro de transportes no leste da Ucrânia, e esta semana começaram a retirar residentes idosos e crianças.

Outras notícias em destaque:

⇒ O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de tentativa de ataque à central nuclear de Kursk, na região russa com o mesmo nome alvo de uma ofensiva de Kiev, que já rejeitou as alegações. "O inimigo tentou atingir a central nuclear durante a noite", disse o Presidente russo durante uma reunião transmitida na televisão com membros do seu Executivo e governadores das regiões fronteiriças da Ucrânia.

⇒ A diplomacia da União Europeia assinalou que cabe a cada Estado-membro definir a utilização que a Ucrânia faz das armas doadas para se defender da invasão russa, após o alto representante ter defendido o levantamento de restrições. "As entregas de armas à Ucrânia para autodefesa são feitas por cada um dos Estados-membros, e eles decidem como as suas armas serão utilizadas com base em acordos com os parceiros ucranianos", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, em conferência de imprensa da instituição, em Bruxelas.

⇒ O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou em Varsóvia que nenhum conflito pode ser "resolvido num campo de batalha", na véspera da sua visita histórica à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. Modi é o primeiro chefe de Governo indiano a visitar a Ucrânia e o primeiro em 45 anos a visitar a Polónia, um forte aliado de Kiev.

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