Guerra na Ucrânia

Estados Unidos aprovam apoio de 1,6 mil milhões de euros à Ucrânia e equipam aviões de combate: o dia 888.º de guerra

Estados Unidos aprovam apoio de 1,6 mil milhões de euros à Ucrânia e equipam aviões de combate: o dia 888.º de guerra
Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images

Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda e vão comprometer-se em equipar aviões de combate que outros países vão enviar à Ucrânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês alertou que os aviões são importantes, mas “por si só, não estão a mudar a guerra”

Os Estados Unidos anunciaram um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,6 mil milhões de euros), incluindo uma série de munições para sistemas de defesa aérea, artilharia, morteiros e mísseis anti-tanque e anti-navio, avança a agência noticiosa ‘Associated Press’.

O pacote inclui ainda financiamento para contratos a longo prazo através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia e 200 milhões de dólares (cerca de 185 milhões de euros) em ajuda militar imediata.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu a ajuda militar norte-americana numa mensagem publicada nas redes sociais. “Esta assistência mostra a força e a liderança dos Estados Unidos face à agressão e ao terror. Quanto mais forte for essa liderança, mais estável será o mundo”, afirmou.

Um oficial sénior do exército dos EUA disse ainda ao jornal ‘The Wall Street Journal’ que os Estados Unidos vão armar os jatos de combate F-16 que a Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e Noruega vão a enviar para a Ucrânia. “Estamos confiantes de que seremos capazes de fornecer todas essas [armas], pelo menos os volumes críticos de que necessitam”, disse o oficial.

Os F-16 são uma importante forma de reforçar o esforço militar ucraniano, mas tanto a Ucrânia como os países doadores reconhecem os desafios na formação de pilotos em número suficiente ou na manutenção dos aviões. “É uma adição importante”, mas “por si só, não está a mudar a guerra”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Espen Barth Eide, citado pelo jornal norte-americano.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ A Marinha russa iniciou esta terça-feira exercícios navais com cerca de 300 navios de superfície, submarinos e embarcações de apoio "nas zonas operativas das frotas do Norte, do Pacífico e do Báltico, assim como na zona de responsabilidade da frota do Cáspio" informou o Ministério da Defesa russo, num comunicado publicado na plataforma Telegram.

⇒ A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que se encontra na China em visita oficial, declarou que "não é do interesse" de Pequim "apoiar a capacidade industrial da Rússia neste momento". O apoio da China à Rússia, apesar de o país "não intervir diretamente" no conflito na Ucrânia, "cria fricções", mas garantiu que a China "pode desempenhar um papel de liderança" na promoção da paz global.

O Presidente da China, Xi Jiping, com a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni
Vincent Thian

⇒ Vários presos políticos russos estão desaparecidos depois de terem sido transferidos de prisões, denunciaram organizações de direitos humanos. Os advogados do ativista Oleg Orlov perderam o rasto ao seu cliente numa prisão preventiva na cidade de Sizran, na região de Samara, segundo a organização Memorial, Prémio Nobel da Paz de 2022. Desconhece-se também o paradeiro de Ksenia Fadeyeva, antiga deputada municipal e colaboradora do falecido líder da oposição, Alexei Navalny. Situação semelhante vive Lilia Chánisheva, que está a cumprir nove anos e meio de prisão por extremismo, e a artista Sasha Skolichenko, presa por mudar etiquetas de preços num supermercado de São Petersburgo por mensagens sobre os alegados crimes de guerra russos na Ucrânia.

⇒ “Esta medalha é totalmente diferente. É especial porque é para o meu país. Todos os atletas aqui presentes estão a passar pela guerra. Estamos a mostrar que podemos lutar, e eu mostrei-o de alguma forma”, disse a atleta de esgrima Olha Kharlan, após vencer a primeira medalha para a Ucrânia nos Jogos Olímpicos. É uma “uma mensagem para todo o mundo de que a Ucrânia nunca desistirá”, disse ainda ao dedicar a sua medalha de bronze aos atletas ucranianos “que não puderam vir aqui porque foram mortos pela Rússia”, citada pelo jornal New York Times.

Olha Kharlan, após vencer a medalha de bronze em esgrima nos Jogos Olímpicos
Albert Gea

⇒ A Comissão Europeia disse estar a acompanhar a decisão da Hungria de facilitar a atribuição de vistos a cidadãos russos e bielorrussos, para perceber se Budapeste infringiu as regras da União Europeia (UE). Em conferência de imprensa em Bruxelas, a porta-voz do executivo comunitário, Anitta Hipper, respondeu que a Rússia "é uma ameaça à segurança da UE" e recordou a possibilidade de aumentar a espionagem russa e bielorrussa, esta última de um país que é reconhecido como um aliado de Moscovo.

⇒ O Ministério da Defesa russo anunciou a conquista da cidade de Pivdenne, na região de Donetsk, a leste da Ucrânia. No comunicado, citado pela agência noticiosa russa TASS, Moscovo refere-se à localidade pelo nome da era soviética de Leninskoe.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, acusou a Comissão Europeia de orquestrar a interrupção do fornecimento de petróleo russo para o bloco através da Ucrânia, e alertou que a disputa pode implicar uma crise energética. Em junho, o Governo de Kiev aplicou sanções contra a Lukoil -- a maior empresa petrolífera não estatal -- que impedem o trânsito de petróleo através do oleoduto Druzhba proveniente da Ucrânia e dirigido à Hungria e Eslováquia. A Hungria recebe a maioria do seu petróleo da Rússia, cerca de metade proveniente da Lukoil. "Apesar das ameaças à segurança energética de dois Estados-membros da UE ... Bruxelas permanece em silêncio", escreveu Szijjártó, para acrescentar que a Comissão Europeia ou revela demasiada "fraqueza" para proteger os interesses da Eslováquia e Hungria, ou "foi Bruxelas, e não Kiev, quem inventou tudo isto".

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