Guerra na Ucrânia

Rússia ameaça principal via de abastecimento dos postos de combate e alcança duas aldeias no leste da Ucrânia: o dia 887.º de guerra

Rússia ameaça principal via de abastecimento dos postos de combate e alcança duas aldeias no leste da Ucrânia: o dia 887.º de guerra
Jose Colon/Anadolu via Getty Images

A Rússia tem intensificado os ataques na cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, um dos principais locais na rota de abastecimento de outras cidades na região de Donetsk. Após ataques incessantes com os quais Moscovo procura sobrecarregar as defesas no campo de batalha, as forças russas conseguiram invadir duas aldeias da linha de frente

Os ataques russos estão a intensificar-se na direção da cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia. A cidade é um dos pontos estratégicos de uma importante rota de abastecimento da Ucrânia. Os combates em Pokrovsk têm sido os mais intensos, segundo o Estado-Maior do exército ucraniano, citado pela agência noticiosa Reuters.

“A situação é extremamente difícil nas direções de Donetsk e é na direção de Pokrovsk que se tem registado o maior número de ataques russos nestas semanas”, afirmou o Presidente Volodymyr Zelensky num vídeo publicado no ‘site’ da presidência. Embora a situação seja tensa, mostrou-se confiante na força do país "para atingir os seus objectivos”.

A cidade, com cerca de 60.000 habitantes antes da guerra, é um importante centro de transportes. Situada na estrada que serve de via de abastecimento a outros locais de conflito, Pokrovsk está a 20 quilómetros da linha da frente, disse Serhiy Dobriak, chefe da administração militar da cidade, à emissora norte-americana Radio Free Europe, citado pela Reuters.

A Rússia lançou 52 ataques nas últimas 24 horas, quase o dobro do número diário registado nas últimas semanas. Este domingo, as forças militares russas anunciaram a conquista de duas aldeias em Donetsk, Pogres e Yevgenivka, no leste da Ucrânia. As aldeias situam-se a cerca de 30 quilómetros a noroeste da cidade Avdiivka, conquistada pela Rússia em fevereiro deste ano. Moscovo tem recorrido a bombas planadoras, modificadas da era soviética com uma tecnologia que permite aos aviões lançá-las a uma distância segura, para atacar a Ucrânia em larga escala.

Oleksandr Shyrshyn, vice-comandante do batalhão da 47ª brigada, confirmou aos meios de comunicação locais que as aldeias tinham sido tomadas. O responsável militar atribuiu a derrota à falta de formação das tropas, às fracas capacidades dos oficiais, à pouca motivação e ao armamento inadequado.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Milhares de civis e soldados manifestaram-se esta segunda-feira em Kiev para pedir ao Governo que garanta a libertação dos prisioneiros de guerra detidos pela Rússia, no decurso de uma cerimónia em que se lembraram militares mortos. O protesto decorreu na Praça da Independência em Kiev nas celebrações do segundo aniversário de uma explosão que matou mais de 50 militares ucranianos detidos na prisão de Olenivka, indica a agência noticiosa Associated Press (AP).

Soldados da Brigada Azov durante o evento que assinala o segundo aniversário do ataque à prisão de Olenivka
SERGEI SUPINSKY

⇒ O Presidente ucraniano visitou esta segunda-feira um posto de comando avançado do Exército em Vovchansk, na região de Kharkiv (nordeste da Ucrânia), alvo de uma ofensiva russa desde 10 de maio. "Hoje tive a honra de felicitar os nossos combatentes das forças especiais (...) e de lhes entregar condecorações oficiais", informou Zelensky num comunicado publicado nas redes sociais.

⇒ Pelo menos 564 crianças morreram na Ucrânia desde o início da guerra, em 2022 com a invasão russa, enquanto o número de feridos ascendeu a 1.487, anunciou a Procuradoria-Geral ucraniana através da rede social Telegram. O maior número de feridos registou-se na região de Donetsk, com 567, seguida de Kharkiv (407), Dnipropetrovsk (161), Kherson (159), Kiev (131) e Zaporijia (123).

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