Guerra na Ucrânia

Trump promete a paz, ex-deputada ucraniana assassinada, milhares de pessoas sem luz devido a ataques russos: o resumo do 878º dia de guerra

Iryna Farion foi morta a tiro num rua de Lviv, na Ucrânia
Iryna Farion foi morta a tiro num rua de Lviv, na Ucrânia
Roman Baluk/Reuters

Trump garantiu a Zelensky que vai acabar com a guerra se voltar à Casa Branca. Acérrima defensora da promoção da língua ucraniana foi baleada por um atirador desconhecido, num dia em que milhares de ucranianos estão sem eletricidade devido a ataques russos. Ainda este sábado foi divulgado um estudo que conclui que sanções económicas à Rússia não tiveram impacto na guerra

Num telefonema com Volodymyr Zelensky realizado sexta-feira à noite, o ex-Presidente norte-americano Donald Trump prometeu ao líder ucraniano “acabar com a guerra”, caso regresse à Casa Branca, em Novembro.

Numa publicação na sua plataforma Truth Social, Trump partilhou o conteúdo do telefonema, referindo que, se voltar a ser Presidente dos EUA, Rússia e Ucrânia "serão capazes de juntar-se e negociar um pacto que acabe com a violência" e que abra um "caminho rumo à prosperidade".

Este sábado, o porta-voz da presidência de Kiev adiantou mais pormenores da conversa telefónica entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, afirmando que o ex-Presidente norte-americano e candidato à Casa Branca pediu ao líder ucraniano para não acreditar que a sua vitória eleitoral pode beneficiar a Rússia.

"Trump disse uma coisa interessante: pediu para não se acreditar na informação de que a sua vitória [nas presidenciais em novembro] poderia ser benéfica para a Rússia. Chamou a esta tese uma informação falsa e pediu para não se acreditar nela", indicou Serhii Nykyforov na televisão ucraniana.

Por sua vez, o Presidente ucraniano exortou Trump a não acreditar nos representantes dos países que tentam justificar de alguma forma as ações do líder russo, Vladimir Putin. “Não há desculpas. Ele [Putin] é um assassino comum”, disse o porta-voz, adiantando que ainda é cedo para falar de uma data para um encontro entre Zelensky e Trump.

Ataques deixam milhares de pessoas sem luz

Iniciada com a invasão russa, em fevereiro de 2022, a guerra não dá, para já, quaisquer sinais de abrandamento. Na madrugada deste sábado, a Rússia lançou vários ataques aéreos sobre a Ucrânia, com três mísseis balísticos, um míssil de cruzeiro e 16 'drones' Shahed iranianos.

O ataque com drones visou as instalações do operador do sistema de eletricidade nas regiões de Poltava, no centro da Ucrânia, de Sumi (nordeste), e de Chernihiv (norte), deixando milhares de pessoas sem energia.

Só na região de Poltava, quase 4.000 pessoas estão sem eletricidade e 700 sem água. Em Kharkiv, no nordeste do país, os russos bombardearam infraestruturas ferroviárias, num ataque que deixou feridas quatro pessoas.

Defensora da língua ucraniana assassinada

A antiga deputada Iryna Farion, conhecida pela sua cruzada para promover a língua ucraniana, morreu este sábado, aos 60 anos, depois de ter sido baleada sexta-feira em Lviv por um atirador desconhecido.

As autoridades ucranianas estão a visualizar as imagens de todas as câmaras de vigilância existentes na zona do ataque e a realizar vários interrogatórios para capturar o agressor. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, já garantiu que todas as pistas serão investigadas, “incluindo a que leva à Rússia”.

Iryna Farion foi deputada entre 2012 e 2014, tendo criticado, de forma polémica, os membros do regimento Azov da Ucrânia, que falavam russo e que defenderam a cidade portuária de Mariupol nos primeiros dias da invasão russa, no início de 2022.

Economia russa continua a crescer, apesar das sanções

Ainda este sábado foi conhecido um estudo, realizado por quatro institutos para o Governo alemão, que conclui que as sanções económicas ocidentais impostas à Rússia tiveram pouco impacto na guerra.

“A economia russa está atualmente a crescer fortemente graças ao ‘boom’ da defesa”, diz Vasily Astrov, especialista em assuntos russos do Instituto de Estudos Económicos Internacionais de Viena, um dos quatro institutos responsáveis pelo estudo.

O crescimento do PIB na Rússia tem vindo a ser atribuído ao aumento das despesas do Estado com armamento e material militar, com os aumentos dos salários e os pagamentos às famílias das vítimas na guerra que fizeram aumentar o rendimento de muitas famílias.

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