Guerra na Ucrânia

Kiev pede em Pequim à China que adira a cimeira de paz

Andriy Sybiha, número dois da diplomacia ucraniana
Andriy Sybiha, número dois da diplomacia ucraniana
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Pequim tinha afirmado ser difícil participar na conferência se Moscovo não recebesse um convite, mas Kiev defende que a participação da China na cimeira seria uma "excelente oportunidade para contribuir de forma prática para a conquista de uma paz justa e duradoura na Ucrânia"

O 'número dois' da diplomacia da Ucrânia, Andriy Sybiha, pediu nesta quinta-feira, em Pequim, ao Governo da China, em Pequim, que participe na cimeira de paz marcada para 15 e 16 de junho, na Suíça.

O primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano falou com o homólogo chinês, Sun Weidong, sobre a situação na Ucrânia e os preparativos para a cimeira, de acordo com um comunicado da Embaixada da Ucrânia na China.

No encontro, Sybiha disse que a participação da China na cimeira seria uma "excelente oportunidade para contribuir de forma prática para a conquista de uma paz justa e duradoura na Ucrânia"

O dirigente defendeu que a "única base para alcançar tal paz" é a fórmula defendida pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Zelensky exige a retirada da Rússia de todo o território da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk (leste), Kherson e Zaporijia (sul), anexadas em setembro de 2022.

Sun e Sybiha sublinharam a importância de aderir aos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, incluindo o "respeito mútuo pela soberania e integridade territorial", indicou a nota ucraniana.

Num outro comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China referiu que Sun destacou a importância de "manter o respeito mútuo e a sinceridade nas relações bilaterais" e acrescentou que ambos os países devem "focar-se nos interesses fundamentais e de longo prazo dos respetivos povos".

Sybiha manteve também um encontro com o enviado especial chinês para a região da Eurásia, Li Hui, no qual foram novamente discutidas as relações entre a China e a Ucrânia, bem como a guerra no país europeu.

A 31 de maio, o país asiático tinha dito que seria difícil participar nesta cimeira se a Rússia não fosse convidada, declaração aprovada por Moscovo.

A China afirma ser neutra nesse conflito, mas nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022 e recebeu várias vezes o Presidente russo, Vladimir Putin, no seu território desde o início da guerra.

À margem de um fórum de segurança em Singapura, no domingo, Zelensky acusou a China de trabalhar para impedir países de participarem na cimeira, algo negado por Pequim.

Mais de uma centena de países e organizações, incluindo Portugal, comprometeram-se a participar na cimeira, de acordo com Zelensky.

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