Durante este fim de semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteve no principal fórum de segurança e defesa da Ásia. Zelensky apareceu de surpresa, no domingo, no Diálogo de Shangri-La, o principal fórum de segurança e defesa da Ásia, para pedir apoio dos países da Ásia-Pacífico para a cimeira mundial de paz que vai decorrer, de 15 a 16 de junho, na estância suíça de Bürgenstock.
No discurso em Singapura, Zelensky manifestou "a deceção" por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira e acusou Moscovo de tentar "fazer descarrilar" os esforços para alcançar a paz.
Zelensky reuniu-se, segundo a televisão filipina ABS-CBN, com o homólogo, Ferdinand Marcos, que expressou todo o apoio possível para resolver o conflito na Ucrânia. Enquanto Zelensky estava na Ásia, a situação energética da Ucrânia piorou: várias regiões ficaram sem luz, devido aos danos causados por ataques russos.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse que a situação na central nuclear de Zaporijia, sob controlo russo na Ucrânia, continua precária após os ataques de abril.
"No início de abril, a central de Zaporijia foi atacada diretamente pela primeira vez em quase um ano e meio. Esses ataques violaram o primeiro dos cinco princípios para proteger a central de Zaporijia que apresentei pela primeira vez há um ano", explicou o líder da agência das Nações Unidas para o nuclear.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Para a Rússia, o culpado da escalada da guerra é o Ocidente. Sabemos que os países ocidentais estão a seguir o caminho da escalada. Por isso, serão tomadas todas as medidas necessárias da nossa parte para neutralizar as ameaças associadas a essa escalada", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Grushko. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, já tinha afirmado anteriormente que a NATO terá de responder por ataques da Ucrânia ao território russo com armas ocidentais.
⇒ A China nega pressão sobre outros países para evitar participar na cimeira de paz, contrariando as declarações de Zelensky. "Utilizar a política da força não é o estilo da diplomacia chinesa (...). A posição da China é aberta e transparente e, em nenhum caso, exercemos pressão sobre outros países", disse à imprensa Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, sublinhou que a autorização dos aliados de Kiev para usar o seu armamento contra alvos na Rússia não significa que as Forças Armadas tenham "carta branca".
⇒ Os EUA vão ser representados pela vice-presidente Kamala Harris na Conferência de Paz para a Ucrânia. De acordo com um comunicado da presidência dos Estados Unidos, nesta sua deslocação Harris deverá destacar "o compromisso do Governo Biden-Harris em encorajar os esforços da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura, baseada na soberania da Ucrânia, na integridade territorial e nos princípios da Carta das Nações Unidas".
⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, chegou hoje à Guiné-Conacri, numa visita à África Ocidental, onde golpes de Estado e o crescente descontentamento com o Ocidente contribuíram para que alguns países voltassem para Moscovo. Lavrov reuniu-se com o seu homólogo da Guiné-Conacri, Morissanda Kouyaté, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt