Guerra na Ucrânia

Zelensky nas Filipinas para promover cimeira de paz, enquanto Zaporíjia está em situação precária (o 831.º dia de guerra)

Zelensky nas Filipinas para promover cimeira de paz, enquanto Zaporíjia está em situação precária  (o 831.º dia de guerra)
Ukrinform

Zelensky disse estar “decepcionado” por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira da paz. Os EUA vão ser pela vice-presidente Kamala Harris na Conferência de Paz para a Ucrânia. As notícias que marcaram o 831.º dia de guerra

Durante este fim de semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteve no principal fórum de segurança e defesa da Ásia. Zelensky apareceu de surpresa, no domingo, no Diálogo de Shangri-La, o principal fórum de segurança e defesa da Ásia, para pedir apoio dos países da Ásia-Pacífico para a cimeira mundial de paz que vai decorrer, de 15 a 16 de junho, na estância suíça de Bürgenstock.

No discurso em Singapura, Zelensky manifestou "a deceção" por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira e acusou Moscovo de tentar "fazer descarrilar" os esforços para alcançar a paz.

Zelensky reuniu-se, segundo a televisão filipina ABS-CBN, com o homólogo, Ferdinand Marcos, que expressou todo o apoio possível para resolver o conflito na Ucrânia. Enquanto Zelensky estava na Ásia, a situação energética da Ucrânia piorou: várias regiões ficaram sem luz, devido aos danos causados por ataques russos.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse que a situação na central nuclear de Zaporijia, sob controlo russo na Ucrânia, continua precária após os ataques de abril.

"No início de abril, a central de Zaporijia foi atacada diretamente pela primeira vez em quase um ano e meio. Esses ataques violaram o primeiro dos cinco princípios para proteger a central de Zaporijia que apresentei pela primeira vez há um ano", explicou o líder da agência das Nações Unidas para o nuclear.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Para a Rússia, o culpado da escalada da guerra é o Ocidente. Sabemos que os países ocidentais estão a seguir o caminho da escalada. Por isso, serão tomadas todas as medidas necessárias da nossa parte para neutralizar as ameaças associadas a essa escalada", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Grushko. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, já tinha afirmado anteriormente que a NATO terá de responder por ataques da Ucrânia ao território russo com armas ocidentais.

⇒ A China nega pressão sobre outros países para evitar participar na cimeira de paz, contrariando as declarações de Zelensky. "Utilizar a política da força não é o estilo da diplomacia chinesa (...). A posição da China é aberta e transparente e, em nenhum caso, exercemos pressão sobre outros países", disse à imprensa Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, sublinhou que a autorização dos aliados de Kiev para usar o seu armamento contra alvos na Rússia não significa que as Forças Armadas tenham "carta branca".

⇒ Os EUA vão ser representados pela vice-presidente Kamala Harris na Conferência de Paz para a Ucrânia. De acordo com um comunicado da presidência dos Estados Unidos, nesta sua deslocação Harris deverá destacar "o compromisso do Governo Biden-Harris em encorajar os esforços da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura, baseada na soberania da Ucrânia, na integridade territorial e nos princípios da Carta das Nações Unidas".

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, chegou hoje à Guiné-Conacri, numa visita à África Ocidental, onde golpes de Estado e o crescente descontentamento com o Ocidente contribuíram para que alguns países voltassem para Moscovo. Lavrov reuniu-se com o seu homólogo da Guiné-Conacri, Morissanda Kouyaté, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

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