Guerra na Ucrânia

Ucraniano condenado a prisão perpétua por ataque russo que matou 13 pessoas

Dois mísseis disparados pelas forças russas atingiram um restaurante cheio de gente no centro de Kramatorsk
Dois mísseis disparados pelas forças russas atingiram um restaurante cheio de gente no centro de Kramatorsk
Anadolu Agency

O homem, cuja identidade não foi revelada, terá sido "recrutado" pela Rússia e condenado por “alta traição”. A Procuradoria-Geral ucraniana já registou mais de 7 mil casos de colaboração com Moscovo

Um residente de Kramatorsk, leste da Ucrânia, foi condenado a prisão perpétua por envolvimento num ataque russo a um restaurante da cidade que matou 13 pessoas em junho de 2023, anunciou esta quinta-feira a Procuradoria-Geral ucraniana.

Em 27 de junho de 2023, um míssil balístico russo matou 13 pessoas - incluindo quatro crianças e a escritora Victoria Amelina - e feriu 64 outras num restaurante de Kramatorsk, o "Ria Pizza", popular entre os militares.

"Um homem local foi condenado a prisão perpétua por ter orientado o ataque com mísseis contra os ocupantes de uma pizzaria de Kramatorsk", declarou o Ministério Público num comunicado.

O homem, cuja identidade não foi revelada, foi "recrutado" pela Rússia e condenado por "alta traição", disse a fonte.

A sua tarefa consistia em confirmar "a presença de militares ucranianos" no restaurante. Para o efeito, "gravou dois vídeos que enviou imediatamente ao seu interlocutor" através da aplicação de mensagens Telegram, segundo o Ministério Público.

Alguns dias após o ataque, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou da detenção de um homem, descrevendo-o como "a pessoa que coordenou este ataque terrorista".

Não foi possível esclarecer hoje se se trata do mesmo indivíduo.

Desde a invasão russa, há dois anos, a Ucrânia tem procurado levar a tribunal todos os que colaboraram com as forças russas, nomeadamente nos territórios ocupados durante algum tempo por Moscovo e depois recapturados pelas tropas de Kiev.

No início do ano, a Procuradoria-Geral da República tinha registado mais de 7.000 casos de colaboração e milhares de outros sob acusações semelhantes.

Em dezembro de 2023, já tinham sido proferidas 941 sentenças na Ucrânia em casos de colaboração, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

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