Stoltenberg: países da “NATO devem cavar fundo e entregar” armas à Ucrânia, pois seria “grave erro histórico” permitir a vitória da Rússia
Jens Stoltenberg
Omar Havana
Seria um “grave erro histórico” permitir a vitória da Rússia na Ucrânia, considerou Jens Stoltenberg, na apresentação do relatório da NATO relativo a 2023. O líder da Aliança voltou a pedir, por isso, que todas as capitais se esforcem para evitar esse cenário. Faltam munições à Ucrânia para que possa combater, vincou
“Os aliados não estão a fornecer apoio suficiente à Ucrânia.” O secretário-geral da NATO dirigiu-se, nesta quinta-feira, a todas as capitais da Aliança, garantindo que se trata de uma questão de “vontade política” enviar mais munições e armamento a Kiev. Jens Stoltenberg voltou a apelar a estes países que forneçam rapidamente mais ajuda militar à Ucrânia para evitar o “grave erro histórico” de uma vitória russa no campo de batalha. Na apresentação do relatório de 2023, Jens Stoltenberg argumentou que os ucranianos “não estão a ficar sem coragem, estão a ficar sem munições”.
“Juntos temos a capacidade de fornecer à Ucrânia aquilo de que necessita. Temos de mostrar vontade política para fazê-lo." Na opinião de Stoltenberg, os países da NATO devem “cavar fundo e entregar resultados rapidamente”, porque os atrasos levarão a “consequências reais no campo de batalha”. Considerando que este é “um momento crítico”, o representante da Aliança declarou: “Será um grave erro histórico permitir que Putin prevaleça.” Reforçar recursos, defesas e parcerias em todo o mundo, e continuar a demonstrar unidade e solidariedade, são, por isso, prioridades, de acordo com Stoltenberg.
Um tema central da sua intervenção foi a reindustrialização na área da defesa. Questionado sobre o papel da União Europeia para o cumprimento do objetivo de alcançar os 2% do PIB dedicados à defesa, Stoltenberg respondeu que os padrões da NATO devem ditar o caminho. O secretário-geral do pacto transatlântico fez referência ao exemplo da Noruega, que alcançará uma meta de gastos militares estabelecida pela NATO dois anos antes da data prevista, já que a sua vizinha Rússia é agora mais perigosa e mais imprevisível. O orçamento de defesa para 2024, inicialmente previsto em cerca de 8 mil milhões de euros, será revisto para cima no orçamento da primavera, podendo o país atingir este ano a meta estabelecida para os membros da NATO (pelo menos 2% do seu PIB dedicado a despesas militares).
O secretário-geral da NATO foi ainda questionado acerca das eleições russas, que estão a decorrer também em regiões ocupadas. “As eleições na Rússia não serão livres nem justas”, respondeu. Lembrando que o “Presidente Putin está no poder há décadas”, o alto representante da NATO comentou que a Rússia é hoje menos livre do que em 2022. Qualquer tentativa de organizar eleições russas nas regiões ocupadas da Ucrânia seria completamente ilegal, acrescentou.