A Polónia entrou na NATO há justamente 25 anos, e hoje foi organizada uma conferência no parlamento do país para celebrar a data. “A entrada de forças da NATO na guerra da Ucrânia não é inimaginável”, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski.
Sikorski afirmou que o Ocidente não pode mostrar “medo” de enfrentar Putin, e agradeceu as palavras de Emmanuel Macron – após o presidente francês não ter excluído a entrada de tropas ocidentais no território ucraniano, apesar de alguns dias depois ter dito que as declarações tinham sido um “impulso estratégico”.
Pedindo “criatividade” ao Ocidente para contrariar os “cenários” do Kremlin, o governante da Polónia lembrou um precedente histórico: durante a guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, uma coligação de países entrou no país após uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Agora, o facto de 140 países (de 190) representados na ONU terem condenado a agressão de Putin é um “enquadramento legal” para o futuro, garantiu Radoslaw Sikorski.
Turquia propõe cimeira de paz
Ao mesmo tempo, a Turquia ofereceu-se para acolher uma cimeira de paz entre Rússia e Ucrânia, A garantia foi dada pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante uma visita oficial de Volodymyr Zelensky ao país.
"Estamos prontos para acolher uma cimeira de paz na qual a Rússia participará", declarou o chefe de Estado, em conferência de imprensa ao lado do Presidente ucraniano, uma semana depois de ter recebido o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov.
Erdogan reiterou o seu "apoio à soberania e integridade territorial” da Ucrânia – e prometeu “continuar a trabalhar para acabar com a guerra, e a favor de uma paz justa e negociada".
Zelensky saudou a iniciativa, mas estabeleceu uma pré-condição para se sentar com Moscovo: a retirada das tropas russas do seu território. "Qualquer proposta de resolução desta guerra deve partir da fórmula proposta pelo país que defende o seu território e o seu povo", afirmou, acrescentando: "Queremos uma paz justa".
Nas suas declarações, o Presidente ucraniano observou que a cimeira de paz que propôs em janeiro passado, que deverá realizar-se em breve na Suíça, não deverá contar com representantes da Rússia – mas admitiu essa possibilidade numa reunião posterior.
Outras notícias
Depois de um ataque russo a Odessa ter passado a 500 metros de um encontro entre Zelensky e o primeiro-ministro grego, o Presidente da Ucrânia garantiu que as autoridades do Kremlin já tentaram matá-lo várias vezes.
"Dizem que são mais de dez. São oficiais, serviços especiais, serviços secretos. Para ser sincero, não presto atenção a esses números. Na Ucrânia, todo o nosso pessoal que está na linha da frente arrisca as suas vidas todos os dias", disse Volodymyr Zelensky durante uma entrevista para uma televisão italiana.
E acrescentou: "Os civis, que sofrem ataques como em Odessa, também estão em risco. Eu sou o Presidente do meu país, por isso também corro riscos e é óbvio porquê. Devo estar nas mesmas condições que qualquer ucraniano".
Na cidade russa de Chelyabinsk, um homem foi condenado a uma multa equivalente a €50 após ter perseguido e espancado a ex-mulher durante dois anos. No julgamento, apresentou as medalhas que terá ganho ao serviço do Grupo Wagner na Ucrânia.
O juiz teve isso em conta na atribuição da pena: “Concluiu-se [que o suspeito] tem um contrato válido com o Grupo Wagner. Portanto, está envolvido num trabalho socialmente útil”, lê-se na decisão do tribunal, conta o site de notícias russo “Meduza”, citando um artigo do jornal “74.ru”.
A mulher foi espancada na sua casa em outubro de 2022, hospitalizada e obrigada a uma cirurgia de reconstrução facial. O alegado mercenário mantém a custódia de duas filhas.
Também na Rússia, o parlamento (Duma) apresentou hoje um projeto de lei que prevê benefícios a todos os presos que assinem contratos com as Forças Armadas, incluindo a limpeza do registo criminal e indultos em processos já julgados.