Guerra na Ucrânia

Zelensky revela: "31 mil soldados ucranianos morreram na guerra com a Rússia"

Zelensky revela: "31 mil soldados ucranianos morreram na guerra com a Rússia"
PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT HANDOUT/EPA/Lusa

Pela primeira vez o presidente ucraniano revela o número de soldados mortos: 31 mil. Fê-lo na conferência “Ucrânia. Ano 2014” este domingo à tarde. Zelensky reafirmou que rejeita negociar com Putin a não ser que este aceite a derrota na guerra que iniciou

Volodymyr Zelensky revelou pela primeira vez este domingo quantos soldados ucranianos morreram na guerra que fez dia 24 dois anos: 31 mil.

O presidente ucraniano, está a discursar no fórum “Ucrânia. Ano 2024”, que marca os dois anos da invasão Russa.

"Cada pessoa é uma perda muito grande para nós. 31 mil soldados ucranianos morreram nesta guerra", disse o presidente. "É muito doloroso para nós", divulgou o jornal The Kyiv Indpendent.

O governo ucraniano manteve um controlo rígido sobre o número de vítimas mortais durante a guerra. E continua a manter em segredo o número de baixas no campo de batalha. "Não direi quantos (ucranianos) feridos existem porque a Rússia saberá quantas pessoas deixaram o campo de batalha."

O presidente ucraniano não esclareceu, contudo, se o número revelado, cobre todos os 10 anos de agressão russa contra a Ucrânia ou se se refere apenas aos últimos dois anos da invasão em grande escala.

Zelensky afirmou que 180 mil soldados russos foram mortos na guerra e que, com os feridos, a Rússia sofreu 500 mil baixas.

Dezenas de milhares de civis foram mortos na guerra da Rússia nos territórios ocupados, diz Zelensky, embora também refira que a quantidade exata é desconhecida. E que só seria possível descobrir se os territórios fossem libertados.

Pelo menos 10.582 civis foram mortos e quase 20.000 ficaram feridos desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022, foram os dados divulgados pela Missão de Monitorização dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU) em 24 de fevereiro.

Zelensky rejeita negociar com Putin até que este aceite a derrota na guerra

Volodymyr Zelensky reafirmou ainda que exclui a possibilidade de negociações com o homólogo russo até que Vladimir Putin aceite a derrota na guerra.

“É possível falar com uma pessoa surda? É possível falar com uma pessoa que mata os seus oponentes?”, respondeu Zelensky, quando questionado sobre a possibilidade de procurar uma saída negociada para a guerra.

O presidente ucraniano insistiu na sua "Fórmula de Paz" - um documento que exige, entre outras coisas, a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano - como o único quadro de negociação possível.

"Vamos oferecer-lhe [a Vladimir Putin] uma forma de aceitar que perdeu a guerra e que este foi um grande erro", disse Zelensky, que pretende realizar uma cimeira internacional na Suíça, na primavera, para conseguir que o maior número possível de países apoie a "Fórmula de Paz".

Zelensky acrescentou que, uma vez obtido o apoio destes países, o documento será apresentado a Putin, tal como foi feito com o acordo sobre os cereais patrocinado pela Turquia e pelas Nações Unidas.

Há vários planos a serem elaborados no terceiro ano de guerra

O presidente ucraniano, quando questionado sobre a sua estratégia para 2024, diz que existe um “plano claro” para uma nova ofensiva.

Volodymyr Zelenskyy afirma não poder divulgar quaisquer detalhes – mas afirma que isso envolve uma mudança de comando. “Há vários planos a serem elaborados”, sublinha.

O presidente ucraniano referiu que o país atingiu a fase mais difícil para manter a unidade, que a unidade é crucial para o esforço de guerra contra a Rússia e que o seu país não pode “desmoronar”.

“Agora é o momento mais difícil para a nossa unidade, e se todos nós desmoronarmos, então este será o momento mais fraco”, acrescenta o chefe de Estado.

Referiu ainda que 2024 será um ano “inovador”, 2022 foi um ano de “sobrevivência” e 2023 um ano de “resiliência”.

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