Guerra na Ucrânia

Chefe da diplomacia da Ucrânia garantiu em Varsóvia a passagem da ajuda ocidental na fronteira com a Polónia

Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia
Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia
VALENTYN OGIRENKO/Reuters

Polónia tem estado entre os maiores apoiantes da Ucrânia desde o início da invasão russa, mas as relações entre Varsóvia e Kiev foram dificultadas nos últimos meses por disputas comerciais

O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, deslocou-se esta quinta-feira à capital da Polónia, Varsóvia, para garantir a passagem da ajuda ocidental através da fronteira entre os dois países, que está bloqueada por manifestantes polacos. "Tive uma conversa franca" durante mais de uma hora com responsáveis do Governo polaco, anunciou Kuleba na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem publicada na rede social, Kuleba agradeceu as "decisões que permitirão a entrega sem obstáculos de equipamento militar e humanitário à Ucrânia". O governante sublinhou que Kiev e Varsóvia "compreendem claramente" quem é o "inimigo comum", numa referência à Rússia, e procuram "resolver questões problemáticas".

A Polónia tem estado entre os maiores apoiantes da Ucrânia desde o início da invasão russa, mas as relações entre Varsóvia e Kiev foram dificultadas nos últimos meses por disputas comerciais. Depois de um longo bloqueio da fronteira por camionistas, os agricultores polacos iniciaram um protesto e bloquearam os pontos de passagem fronteiriços com a Ucrânia. Os agricultores contestam as importações agroalimentares da Ucrânia, que consideram "descontroladas", assim como criticam a agricultura política europeia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na quarta-feira o agendamento de conversações entre os dois Governos na fronteira "antes de 24 de fevereiro" para resolver as tensões, que "só deixam Moscovo feliz". O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, por seu lado, anunciou que uma reunião entre os executivos decorrerá "conforme acordado" no dia 28 de março, em Varsóvia.

Tusk anunciou também que a Polónia incluiria os pontos de passagem com a Ucrânia na lista de "infraestruturas críticas" para evitar perturbações que pudessem afetar a entrega de ajuda militar e humanitária.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate