O secretário-geral da NATO advertiu neste domingo para comentários que "minam a segurança", na sequência das declarações de Donald Trump, que levantou a hipótese de deixar de defender os países da Aliança Atlântica cujas contribuições financeiras sejam insuficientes. "Qualquer sugestão de que os aliados não se vão defender uns aos outros mina a segurança de todos nós, incluindo os Estados Unidos, e expõe os soldados americanos e europeus a um risco acrescido", afirmou Stoltenberg, em comunicado.
O republicano Donald Trump disse no sábado que, se for reeleito Presidente dos Estados Unidos, dirá aos aliados da NATO que encorajaria a Rússia a fazer o que entendesse com países com dívidas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Trump fez estas declarações num comício na Carolina do Sul, onde relatou uma história que já antes contara sobre um membro da NATO, não identificado, que o terá confrontado sobre a ameaça de não defender os Estados que não cumprissem as metas de financiamento da Aliança Atlântica. O ex-presidente norte-americano critica frequentemente os aliados da organização que não financiam suficientemente, na sua opinião, a instituição.
Esta declaração aconteceu após Trump, possível candidato contra o democrata Joe Biden nas eleições de novembro, fazer pressão sobre os eleitos republicanos no Congresso para rejeitarem um projeto de lei que prevê uma nova ajuda à Ucrânia.
A Casa Branca reagiu com veemência à proposta do ex-presidente: "encorajar a invasão dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é confrangedor e insensato", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, no sábado à noite. "Em vez de apelar para a guerra e promover o caos, o Presidente Biden continuará a apoiar a liderança norte-americana", acrescentou.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Os serviços de informações militares ucranianos garantiram este domingo que as tropas russas estão a utilizar a rede de internet por satélite Starlink, do empresário Elon Musk. “Foram registados casos de utilização dos dispositivos em causa por parte dos ocupantes russos”, disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações da Ucrânia, Andri Yusov;
⇒ O cidadão ucraniano Víktor Démchenko, acusado pelas autoridades russas de espionagem e "participação num grupo terrorista, morreu numa prisão russa na região de Rostov, perto da Ucrânia, segundo divulgou a Organização Não-Governamental ilegalizada russa Memorial;
⇒ O mais recente relatório dos serviços secretos britânicos sobre a guerra na Ucrânia alerta para a escassez de profissionais de saúde na Rússia, devido ao aumento da necessidade de cuidados médicos na frente de guerra. "Há indícios de que a guerra da Rússia na Ucrânia está a causar uma escassez de profissionais de saúde em toda a Rússia", afirmou Londres, em comunicado;
⇒ O exército russo repeliu 19 ataques das Forças Armadas Ucranianas em vários setores da frente, informou o Ministério da Defesa russo no seu relatório diário de guerra. "No setor de Kupiansk, unidades do grupo Západ (oeste) repeliram cinco ataques de grupos de assalto ucranianos (...) nas proximidades das cidades de Tabaivka, Ivanivka e Sinkivka, na região de Kharkiv", afirmou o comando na rede social Telegram;
⇒ O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou a nomeação de dois adjuntos do chefe do exército Ucraniano, o comandante Oleksander Sirski, no âmbito de uma remodelação da liderança das Forças Armadas. "Os adjuntos do comandante Sirski serão o coronel Vadim Sujraervski, focado em sistemas não tripulados e no desenvolvimento do uso de drones pelos nossos soldados, e o coronel Andri Lebedenko, focado na inovação, especificamente na componente tecnológica do exército e nos sistemas de combate", afirmou.
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