Exclusivo

Guerra na Ucrânia

Futuro do chefe das forças armadas continua incerto: Zelensky “está com dúvidas ou a tentar angariar apoio político”

Valery Zaluzhny, comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia
Valery Zaluzhny, comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia
Gabinete da Presidência da Ucrânia

Dias depois de o Presidente ucraniano ter assumido que pondera afastar o comandante Valeriy Zaluzhny – um passo integrado numa mudança governamental mais alargada –, não foi oficializada qualquer decisão. Volodymyr Zelensky pode estar com dúvidas, mas, a confirmar-se uma substituição, a investigadora Kelly Grieco antecipa que isso possa causar “danos reais” aos esforços de guerra da Ucrânia

Futuro do chefe das forças armadas continua incerto: Zelensky “está com dúvidas ou a tentar angariar apoio político”

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

Longe dos holofotes durante grande parte da guerra, Valeriy Zaluzhny foi apelidado de “general de ferro” enquanto líder das Forças Armadas ucranianas. Se as suas características chegaram a ser apontadas como decisivas para resultados positivos no início da guerra, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu entretanto que houve uma “estagnação” no terreno.

Um militar respeitado

As tensões entre as duas figuras governamentais traduzem-se numa possível substituição do comandante militar. Depois de o jornal “The Guardian” ter noticiado no final de janeiro que Zelensky pedira a Zaluzhny para se afastar do cargo e que este rejeitara, e de ter surgido especulação sobre o seu possível afastamento, o Presidente ucraniano reconheceu que está a refletir sobre a mudança de “uma série de líderes de Estado”. Mas as declarações feitas no domingo à televisão italiana RAI não foram acompanhadas do anúncio formal da substituição do comandante.

É difícil não ver o atraso como sinal de que [Zelensky] está com dúvidas ou de que está a tentar angariar apoio político, tanto interno como externo, para dar este passo. Zaluzhny trabalhou em estreita colaboração com líderes militares dos Estados Unidos e europeus ao longo dos últimos dois anos, conquistando muito respeito pela perspicácia estratégica e operacional.

Numa altura de declínio do apoio ocidental, a Ucrânia quererá mesmo demitir o seu chefe militar, que tem estas fortes ligações de trabalho com apoiantes da Ucrânia?”, questionou Kelly Grieco, investigadora na área de Defesa e Segurança do Reimagining US Grand Strategy Program no think tank Stimson Center, em resposta escrita ao Expresso.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate