Longe dos holofotes durante grande parte da guerra, Valeriy Zaluzhny foi apelidado de “general de ferro” enquanto líder das Forças Armadas ucranianas. Se as suas características chegaram a ser apontadas como decisivas para resultados positivos no início da guerra, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu entretanto que houve uma “estagnação” no terreno.
Um militar respeitado
As tensões entre as duas figuras governamentais traduzem-se numa possível substituição do comandante militar. Depois de o jornal “The Guardian” ter noticiado no final de janeiro que Zelensky pedira a Zaluzhny para se afastar do cargo e que este rejeitara, e de ter surgido especulação sobre o seu possível afastamento, o Presidente ucraniano reconheceu que está a refletir sobre a mudança de “uma série de líderes de Estado”. Mas as declarações feitas no domingo à televisão italiana RAI não foram acompanhadas do anúncio formal da substituição do comandante.
É difícil não ver o atraso como sinal de que [Zelensky] está com dúvidas ou de que está a tentar angariar apoio político, tanto interno como externo, para dar este passo. Zaluzhny trabalhou em estreita colaboração com líderes militares dos Estados Unidos e europeus ao longo dos últimos dois anos, conquistando muito respeito pela perspicácia estratégica e operacional.
Numa altura de declínio do apoio ocidental, a Ucrânia quererá mesmo demitir o seu chefe militar, que tem estas fortes ligações de trabalho com apoiantes da Ucrânia?”, questionou Kelly Grieco, investigadora na área de Defesa e Segurança do Reimagining US Grand Strategy Program no think tank Stimson Center, em resposta escrita ao Expresso.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt