Guerra na Ucrânia

Kiev pede ajuda para travar "genocídio russo do povo ucraniano"

Dmytro Kuleba
Dmytro Kuleba
ALINA SMUTKO/Reuters

"A Rússia não está a considerar nenhum outro cenário que não seja a destruição total da Ucrânia", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano num comunicado

A Ucrânia apelou esta sexta-feira à comunidade internacional para que una todos os esforços para pôr termo ao "genocídio russo do povo ucraniano", na sequência de um ataque intenso que matou pelo menos 18 pessoas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse em comunicado que "nenhuma conversa" sobre tréguas, cedência temporária de territórios, cansaço, negociações e outras concessões "irá parar a agressão russa, mas apenas aumentar a sua escala".

"A Rússia não está a considerar nenhum outro cenário que não seja a destruição total da Ucrânia", afirmou o departamento liderado por Dmytro Kuleba no comunicado divulgado no 'site' do ministério.

Moscovo realizou esta sexta-feira o ataque considerado de maior dimensão desde que invadiu a Ucrânia há quase dois anos, provocando 18 mortos e 132 feridos, de acordo com um balanço provisório. As autoridades ucranianas disseram que a Rússia lançou 122 mísseis e 36 'drones' (aeronaves sem tripulação) contra alvos em toda a Ucrânia, num ataque que durou 18 horas.

O Ministério da Defesa russo reivindicou ter atingido "todos os alvos" previstos no intenso ataque lançado de madrugada. "Os crimes que a Rússia cometeu hoje na Ucrânia são a sua vingança pela incapacidade de virar a maré da batalha na luta contra as forças de defesa ucranianas", disse o ministério de Kuleba.

A diplomacia ucraniana agradeceu aos aliados ocidentais da Ucrânia o fornecimento de equipamento de defesa aérea e antimíssil. "Hoje, a vossa ajuda salvou muitas vidas", afirmou o ministério. O ministério insistiu que a única forma de proteger os ucranianos "é dotar a Ucrânia de todos os meios militares e financeiros" necessários para se defender. "O terror russo tem de perder e a Ucrânia tem de ganhar", acrescentou.

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento às forças ucranianas para combater as tropas russas, que invadiram o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022. Depois de receber novas armas, a Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho, mas já reconheceu que os resultados foram modestos para as expectativas que tinham sido criadas.

Kiev tem-se queixado da demora das decisões sobre envio de armamento, incluindo de meios aéreos, e tem investido na indústria de defesa nacional para suprir necessidades e prevenir eventuais recuos no fornecimento de ajuda.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate