Avdiivka, na linha da frente no leste da Ucrânia, considerada a porta de entrada para a cidade de Donetsk (apenas a cerca de cinco quilómetros), tem sido alvo de combates ferozes ao longo do último mês. Mas a cidade, na calha para se tornar a “nova Bakhmut”, dada a intensificação da disputa, já vem sendo atacada pelos russos desde 2014. Numa guerra, essa persistência encontra consequências: como as tropas de ocupação a atacam há nove anos, trata-se também de uma área altamente fortificada. Os russos têm, repetidamente, tentado capturar a cidade, inclusivamente em 2017, mas sem sucesso.
Kelly Grieco, investigadora do Reimagining US Grand Strategy Program do ‘think tank’ Stimson Center, lembra, aliás, que “os russos estão a tentar cercar a Avdiivka, e a cidade e os seus arredores estão sob forte bombardeamento”. No entanto, “é difícil travar uma guerra de manobra, dadas as posições defensivas altamente fortificadas”, diz ao Expresso esta especialista em Defesa. Apesar disso, a contraofensiva ucraniana terá provocado algumas brechas na fortificação da cidade, o que levou os russos a concluírem que ali poderiam infligir aos ucranianos a perda da sua sétima localidade seguida. As forças ucranianas recuperaram a cidade de Kherson, no sul, em novembro, mas o progresso tem sido lento, quase cinco meses após o lançamento da contraofensiva.
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