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Guerra na Ucrânia

Guerra na Ucrânia. Dez quilómetros que podem mudar tudo na contraofensiva: reportagem na linha da frente em Donetsk

Posto de comando do exército ucraniano posto de comando é um bunker todo escavado à mão que mais parece um templo
Posto de comando do exército ucraniano posto de comando é um bunker todo escavado à mão que mais parece um templo
André Luís Alves

O Expresso esteve a 200 metros da frente de guerra russa, e acompanhou o dia-a-dia de uma unidade de infantaria ucraniana, em Velyka Novosilka, na região de Donetsk. No posto de comando, um bunker todo escavado à mão situado nas proximidades, oficiais do exército trabalham em silêncio e com ar condicionado. Ali amontoam-se ecrãs e folhas de papel impressas com fotos de drones, de posições russas e um sem fim de mapas com anotações

Guerra na Ucrânia. Dez quilómetros que podem mudar tudo na contraofensiva: reportagem na linha da frente em Donetsk

André Luís Alves

em Velyka Novosilka, Ucrânia

“É cedo para julgamos a contraofensiva ucraniana como fracassada”, disse o antigo general Americano de quatro estrelas, ex-diretor da CIA, David Petraeus, quando entrevistado para o podcast "Ukraine the lastest", de David Knowles, publicado a 9 de setembro no jornal “The Telegraph”. Petraeus, um dos mais experientes generais dos EUA, que esteve no terreno no Iraque e Afeganistão, expressava assim a sua opinião sobre os avanços da Ucrânia no terreno.

O Presidente Zelensky anunciou em abril que a contraofensiva não iria ser um filme de Hollywood mas a verdade é que a expectativa criada foi semelhante a uma série televisiva alimentada por inúmeros vídeos da linha da frente. A narrativa dos heróis, os cartazes a apelar a voluntários para o exército com oficiais das forças especiais com equipamento avançado, não representam a realidade no terreno e os vídeos da exército ucraniano com a mensagem “os planos adoram o silêncio”, deixaram expectante a audiência que assiste à guerra no sofá.

Os resultados iniciais foram tímidos e sangrentos no leste e no sul. As chefias militares ocidentais começaram duvidar da estratégia, os próprios ucranianos não pareciam preparados para a solidez das três linhas defensivas de Surovikin, que o exército russo terá montado no sul do país numa extensa região que engloba, em parte, os distritos de Donetsk, Zaporíjia e Kherson.

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