Ex-prisioneiros de guerra ucranianos denunciam mais uma vez tortura nas prisões russas

Rússia está novamente a ser acusada de violência física e psicológica contra prisioneiros de guerra ucranianos
Rússia está novamente a ser acusada de violência física e psicológica contra prisioneiros de guerra ucranianos
As forças russas estão a ser novamente acusadas de violentar física e psicologicamente os prisioneiros de guerra ucranianos. Em entrevista à BBC, várias ex-prisioneiros dizem ter sido submetidos a tortura, incluindo espancamentos e choques elétricos durante inspeções e interrogatórios diários, no Centro de Detenção Pré-julgamento Número Dois, em Taganrog, no sudoeste da Rússia. Os entrevistados descrevem cenas de grande violência física, particularmente aquando da chegada ao centro.
Os ex-detidos, entretanto libertados numa troca de prisioneiros, detalham que eram constantemente ameaçados e intimidados pelos guardas para forçar falsas confissões que eram posteriormente usadas como prova em tribunal.
Os presos ucranianos afirmam que eram frequentemente deixados sem a alimentação adequada e os feridos sem os cuidados médicos necessários. As mulheres detidas recebiam frequentemente ordens para se despirem em frente aos guardas, que faziam comentários depreciativos sobre os seus corpos.
Um dos entrevistados descreve ainda que os guardas tentaram obter o nome de utilizador da sua namorada nas redes sociais para poderem enviar-lhe fotos suas durante a detenção. O soldado diz ter mentido, indicando que a namorada não tinha conta para que esta não fosse assediada pelos guardas e foi subsequentemente espancado.
Não foi para já possível verificar de forma independente as alegações, mas a confirmarem-se constituem várias violação da lei internacional. Não é a primeira vez que acusações deste tipo surgem contra as forças russas que invadiram a Ucrânia.
De acordo com os grupos humanitários no terreno, as trocas de prisioneiros já permitiram a libertação de mais de 2500 ucranianos desde o início da invasão. No entanto estima-se que até 10 mil pessoas permaneçam sob cativeiro russo.
Segundo Dmytro Lubinets, o comissário do Parlamento ucraniano para os Direitos Humanos e um dos oficiais ucranianos responsável pela troca de prisioneiros, cerca de nove em cada dez ucranianos libertado diz ter sofrido tortura durante a detenção.
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