Pierre Vaux é investigador do Centro para a Resiliência da Informação, em Londres, e segue, desde 2013, as atividades de exércitos privados russos na Ucrânia. Em conjunto com Michael Weiss, diretor da organização Free Russia Foundation e igualmente investigador e jornalista, assina um relatório, publicado há poucos dias, sobre a prevalência da ideologia neonazi entre os principais arquitectos da conquista do Donbas. Percorre a história de vários protagonistas, explica as ligações entre os diversos grupos presentes no teatro de guerra e mostra como as suas crenças extremistas impregnam toda a atividade dos exércitos privados que hoje operam na Ucrânia em nome do Kremlin.
O que é a investigação de “fontes abertas” em se especializa? Vemos cada vez mais a sigla OSINT, que quer dizer “Open Source Intelligence”, mas em que é que esse trabalho consiste, que ferramentas que usa, onde é que procura a informação?
Eu trabalho para o Centro de Resiliência da Informação a tempo inteiro, em Londres, mas faço outras investigações, ajudo outros grupos, contribuo para outros trabalhos com o que recolhi no decorrer do meu. Mas, explicando do início, o que faço é acompanhar e documentar os crimes de guerra em várias zonas em conflito e tentar entender como é que o campo de informação que se forma à volta desses eventos vai sendo distorcido - e depois tentar combater isso, tentar que exista alguma prestação de contas. Ao utilizar fontes que estão disponíveis de forma aberta na internet é possível construir uma linha do tempo sólida sobre os acontecimentos. Vejo muito do que fazemos neste campo como uma tentativa de estabelecer um relato verdadeiro de um evento específico.
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