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Guerra na Ucrânia

"Vitórias líquidas" de um périplo pela Europa: Zelensky começa a convencer a Alemanha e guerra aérea "vai entrar numa nova fase"

Olaf Scholz recebe Volodymyr Zelensky em Berlim
Olaf Scholz recebe Volodymyr Zelensky em Berlim
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A guerra da Ucrânia faz-se em várias frentes: em viagens rápidas pela Europa, Volodymyr Zelensky tenta amealhar pacotes de ajuda militar às vésperas da tão aguardada contraofensiva. “Os laços com a Europa estão a ficar mais fortes”, declarou o Presidente ucraniano. Será assim? O que é certo, segundo os analistas ouvidos pelo Expresso, é que as garantias dadas pelos líderes europeus, especialmente pelo Reino Unido, inauguram uma nova fase da “guerra aérea”

Se o apoio do Reino Unido se tem mantido incontestável desde o início da guerra na Ucrânia, a relação com França e a Alemanha apresenta um historial muito mais turbulento. No seu périplo pela Europa, Volodymyr Zelensky quis, por isso, tentar dissolver as diferenças e conciliar novos acordos, num momento em que, como admite, Kiev continua a preparar-se para a grande contraofensiva. A pressão é elevada: o Presidente ucraniano garante que a Ucrânia pode derrotar a Rússia até ao fim de 2023 se continuar a contar com a ajuda ocidental.

Como nota Kelly Grieco, investigadora do Reimagining US Grand Strategy Program do 'think tank' Stimson Center, Moscovo esperava que a Europa, particularmente a Europa Ocidental, se cansasse da guerra, e que isso resultasse na diminuição do apoio à Ucrânia. “Esta visita, particularmente os pacotes de ajuda militar anunciados por Berlim, Paris e Londres, enviam um forte sinal de que a Ucrânia ainda tem forte apoio ocidental. A mensagem implícita é de que o apoio da Europa Ocidental à Ucrânia continua robusto, independentemente dos resultados do contra-ataque ucraniano.” Claro, a realidade é um pouco mais complexa, admite a analista. “A Ucrânia ainda tem um grande apoio europeu, mas há sinais crescentes de que alguns países gostariam de ver a guerra terminar mais cedo do que tarde.”

Olaf Scholz, chanceler alemão, e Emmanuel Macron, Presidente francês, os líderes europeus mais comedidos na alienação da Rússia de um espaço internacional de influência, são sempre mais perentórios no seu apoio à Ucrânia quando Zelensky se encontra em território francês e alemão. Há garantias que só se dá presencialmente. Desta vez, não foi diferente: tanto Scholz como Macron fizeram declarações que, no mínimo, irritam Moscovo. O líder alemão descreveu a guerra em termos inequívocos, como um “ataque imperial, que ameaça a paz em toda a Europa”, e chegou mesmo a dizer que Moscovo tem de retirar as suas tropas. O Presidente francês vincou, por seu lado, que a Rússia perdeu, geopoliticamente falando, e que é agora subserviente perante a China.

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