Pavel Elizarov começou a ir às paradas militares do Dia da Vitória em Moscovo nos anos 90. Recorda que só a partir do novo século começaram a ter fogo de artifício. “Depois do ano 2000 foi sempre mais pompa, mais força militar, mais celebrações”, diz ao Expresso este ativista russo de 37 anos, que pediu asilo político a Portugal há mais de dez, com medo de sofrer retaliações por organizar manifestações políticas na Rússia.
O Dia da Vitória assinala-se esta terça-feira. É o mais importante feriado nacional russo e celebra a vitória na “Grande Guerra Patriótica” contra a Alemanha Nazi, denominada no mundo ocidental por II Guerra Mundial (1939-45).
O dia é assinalado por outros países ex-soviéticos e foi militarizado por Vladimir Putin, confirma Sandra Fernandes, especialista em estudos pós-soviéticos na Universidade do Minho. “A partir de 2008 houve uma evolução. Começou a ser exibido material de ponta militar, Putin queria mostrar a Rússia como potência capaz e preparada.”
Grande cortejo cancelado
Desta vez, os preparativos merecem segurança reforçada. A Praça Vermelha já está fechada até dia 10, não está prevista uma coreografia da força aérea russa nos céus de Moscovo, os drones estão proibidos, e as autoridades já começaram a bloquear frequências para impedir transmissões não autorizadas. Foi cancelado o “Regimento Imortal”, gigantesca procissão em honra dos familiares que perderam a vida na guerra.
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