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Guerra na Ucrânia

A guerra mais tecnológica de sempre: como a Ucrânia (com a ajuda do Ocidente) resiste ao temível exército russo

Um militar ucraniano opera um drone durante um exercício em Kreminna, em março de 2023
Um militar ucraniano opera um drone durante um exercício em Kreminna, em março de 2023
VIOLETA SANTOS MOURA

No início da guerra, o exército russo era considerado o segundo mais poderoso do mundo. Volvido mais de um ano, prolonga-se o impasse entre forças aparentemente em tudo desiguais. O segredo está na tecnologia, garante especialista ouvido pelo Expresso, ainda que os Estados-Membros da NATO receiem ceder as suas tecnologias mais modernas com receio de que sejam capturadas e copiadas pelos russos

Idosos a receber formação sobre armas de fogo, civis a aprender a fazer cocktails Molotov, milhares de pessoas escondidas nas estações de metro ou em fuga para as fronteiras. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, estas foram algumas das primeiras imagens que nos chegaram. David parecia mesmo estar a enfrentar Golias, mas, tal como no mito, o fado da derrota tarda a concretizar-se.

A Rússia tinha no início da guerra o que era considerado o segundo exército mais poderoso do mundo (apenas atrás dos EUA), sintetizava um artigo da CBC. Para cada defensor, existiam mais de quatro invasores. Para as 146 aeronaves ucranianas existiam 1328 russas. Os cerca de cinco mil blindados ao serviço de Kiev tinham pela frente 31 mil às ordens de Moscovo.

A superioridade russa parecia portanto evidente em quase todos os parâmetros. Como se explica então o impasse em que nos encontramos mais de um ano depois?

Pedro Marquês de Sousa diz que a capacidade de resistência da Ucrânia foi uma “surpresa” até para os analistas. Com o passar do tempo, algumas fontes de informação foram-se abrindo. Embora reforce que “a história [deste conflito] se faz amanhã”, acredita haver já algumas pistas para o que aconteceu no último ano.

“Geralmente nas imagens que nós vimos parecem ser combates convencionais, mas esta guerra tem uma grande base tecnológica”, garante o tenente-coronel do Exército na reserva. E é precisamente esta “situação invisível” que está a fazer “toda a diferença” na Ucrânia.

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