O jantar foi servido: blinis de codorniz, salmão da Sibéria, carne de veado com molho de cereja e vinho proveniente da costa russa do Mar Negro. Vladimir Putin e Xi Jinping apertaram as mãos e o Presidente russo, em postura de maior submissão, saudou o “colossal” passo em frente dado pela China sob a égide do seu amigo de longa data. O encontro de segunda-feira confirmou a crescente proximidade entre os dois chefes de Estado, depois de a relação ter estado tremida (pelo menos, publicamente) nos primeiros meses da invasão da Ucrânia.
Andrew Bacevich, presidente do Quincy Institute for Responsible Statecraft, um think tank norte-americano que se foca em política externa, lembra como os laços de Putin e Xi se estreitaram na sequência da invasão do Iraque, em 2003. “Foi o momento mais importante. Revelou que os Estados Unidos não se sentiam obrigados a seguir as normas internacionais geralmente aceites. Simplificando, os EUA não eram confiáveis.” De acordo com o investigador, no entanto, ter um adversário comum não faz com que Moscovo e Pequim tenham de ser “aliados naturais”, como Putin em tempos defendeu. Aliás, o termo "aliados naturais" não é “particularmente útil”, vinca Andrew Bacevich. “Interesses comuns, geralmente relacionados com considerações económicas ou matérias de segurança, determinam alianças.” Ainda assim, o presidente do Quincy Institute for Responsible Statecraft não tem dúvidas de que “a Guerra na Ucrânia empurrou a Rússia e a China para os braços uma da outra”.
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