Em novembro de 2022 o pároco da igreja ortodoxa russa em Cascais, Petru Pruteanu, foi ordenado bispo em Moscovo pelo patriarca Cirilo. Passou, pois, a ser responsável por aquela igreja cristã em toda a Península Ibérica, mantendo-se sedeado em Portugal.
Em entrevista ao Expresso, o bispo fala sobre a guerra na Ucrânia e o futuro da igreja ortodoxa russa. Exprime ainda admiração por Bento XVI, que considera ter sido o Papa que mais fez pela aproximação entre católicos e ortodoxos.
Pode explicar, resumidamente, o seu percurso? Nasceu na Moldávia. Como vem a tornar-se bispo da igreja ortodoxa russa em Portugal?
Sou duma família numerosa muito crente e sempre praticante. Até 1991 vivemos sob um regime comunista, mas já em 1987 Gorbatchev deu alguma liberdade, que favoreceu a reabertura de vários mosteiros e igrejas e deu novo impulso à prática religiosa. Foi nesse período que fui educado e já aos 12 anos decidi ser padre. A única igreja na Moldávia era a Metrópole de Chisinau e Toda a Moldávia, que dependia do Patriarcado de Moscovo. Agora existe outra, dependente do Patriarcado de Bucareste, mas tem poucas paróquias, sobretudo no centro e sul do país, mas não no norte, de onde sou originário. Estudei teologia na Roménia, Rússia e Ucrânia, e fui ordenado diácono e sacerdote em 2003. Entre 2004 e 2011 fui professor no seminário e, depois, na Faculdade de Teologia em Chisinau, mas em 2012 decidi abraçar a vida missionária entre as comunidades ortodoxas da diáspora; foi então que tive uma proposta para vir para Portugal, onde havia muito poucos padres.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes