Voam rumores na Rússia relativos a manobras veladas sobre quem substituirá o Presidente Vladimir Putin, uma vez que a sua guerra de agressão na Ucrânia falhou de forma tão desastrosa. Uma luta desta natureza não pode deixar de expor as patologias mórbidas da política russa. Os principais intervenientes não são partidos políticos organizados, mas antes bandos de oligarcas que presidem aos vários nodos informais do poder.
Isto explica porque é que a força militar da Rússia mais eficaz na linha da frente com a Ucrânia, o mercenário Grupo Wagner, nem sequer faz parte do exército russo. A Rússia é hoje uma terra de senhores da guerra, algo que normalmente se associa a Estados-pária e Estados falhados. Os seus líderes atuais e aspirantes estão a traficar sonhos febris de glória no campo de batalha. Está implícita nesta cultura marcial uma perspetiva hobbesiana da vida como solitária, pobre, desagradável, brutal e curta — e com um valor cada vez menor.
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* Professor de filosofia na European Graduate School, é diretor internacional do Instituto Birkbeck de Humanidades na Universidade de Londres e, mais recentemente, autor de “Heaven in Disorder” (OR Books, 2021)
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