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Guerra na Ucrânia

"Zelensky ouviu os EUA e a UE": Ucrânia avançou muito no combate à corrupção (mas também deu passos atrás)

Zelensky em Washington
Zelensky em Washington
Chip Somodevilla

A Ucrânia fez “bom uso” do dinheiro estrangeiro após 2014, dizem os analistas. Alguns, ouvidos pelo Expresso, advogam que os ucranianos conseguiriam “por instinto de sobrevivência” combater de forma sensata a elevada corrupção do país, já que até durante uma guerra foram dados passos muito importantes “na direção certa”. Zelensky tem seguido as diretrizes europeias, mas um advogado de Kiev diz ao Expresso que isso conduziu à rutura do sistema judicial e ao comprometimento da sua independência. Afinal, quanto avançou a Ucrânia, na sua jornada de adesão à UE?

Kiev está “provavelmente a décadas” de conquistar a integração na União Europeia, disse em março Emmanuel Macron. Desde então, a Ucrânia avançou a um ritmo surpreendente. Enquanto se defende da invasão russa, Kiev não baixa os braços no seu caminho para a adesão à UE, e algumas importantes reformas anticorrupção ocorreram já iniciada a guerra. Em julho, após muitos meses de atraso, a Ucrânia aprovou a seleção de um procurador-geral (Oleksandr Klymenko) para liderar a Procuradoria Especializada Anticorrupção do país, um passo importante que encorajou Bruxelas a conceder a Kiev o estatuto de candidata. Desde que Klymenko assumiu funções, várias investigações foram desbloqueadas e vários altos funcionários foram processados.

Olena Scherban, membro do Conselho do Centro de Ação Anticorrupção na Ucrânia, conta que, graças à nomeação de Oleksandr Klymenko, dois novos órgãos de combate ao crime financeiro “demonstraram resultados incríveis”, com detenções a acontecerem todas as semanas. “Em dezembro, foram detidos os representantes do grupo criminoso de Odessa que controlava, de facto, as decisões da administração municipal. Klymenko reavivou o infame caso Rotterdam+, que envolve o homem mais rico da Ucrânia, Akhmetov. Outro oligarca ucraniano, Igor Kolomoisky, visita agora o Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (GNAU) para interrogatórios regularmente. A influência dos oligarcas na Ucrânia atingiu o seu ponto mais baixo de todos os tempos. Perderam o seu dinheiro e perderam o controlo dos média.”

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