1 janeiro 2023 23:13

Preparados para resistir Na cidade de Bakhmut, destruída e aparentemente fantasma, a defesa não arreda pé. Bombeiros apagam incêndios como se os prédios ainda estivessem habitados. Em contraste, no dia de São Nicolau, três meninas com trajes de anjos brancos e arcos brancos em forma de auréola à volta da cabeça entoam cânticos em voz baixa, seguidas pela atuação de um coro infantil envergando vistosos trajes vermelhos com laços. Os meninos e meninas usam vestidos da mesma cor, mas com fitas brancas à volta do pescoço
Festas. A magia desta época festiva é capaz de transportar as crianças para longe da realidade da guerra que estão a viver. Quando as luzes falham de repente, volta a ver-se a destruição e a escassez que dominam as encenações improvisadas
1 janeiro 2023 23:13
Quase não conseguimos ver a entrada da cidade de Bakhmut, todos os vidros da frente e laterais do carro estão cobertos por uma mistura de chuva, neve e lama que mal nos permite ver alguma coisa, o que só é possível por um momento, quando o limpa-para-brisas corre a toda a velocidade da esquerda para a direita, permitindo descortinar silhuetas de objetos à distância.
Não há uma única alma nas ruas de Bakhmut. É uma cidade-fantasma cheia de barricadas antitanque, com o som constante de bombas que nos acompanha muito antes de chegarmos aos portões da entrada principal da cidade. Ouvem-se explosões constantes de bombardeamentos de entrada e de saída, numa troca de fogo total. Algumas dessas explosões estão mais próximas, ouve-se o assobio e depois o estrondo da explosão, outras rebentam mais longe.