Kseniya Oksamytna está a trabalhar num projeto designado “Democratização e Construção de Paz pela ONU”. Nesta entrevista com o Expresso, a professora de Política Internacional garante que a derrota da Rússia na guerra com a Ucrânia serviria os interesses de todos, incluindo da Federação Russa. A investigadora acredita que o caminho para a paz ainda é longo e que a Crimeia poderá voltar a ser controlada pelos ucranianos apenas depois de as negociações conduzirem a um acordo. A analista rejeita o cansaço generalizado da comunidade internacional face à guerra e considera que Joe Biden sabe o que estará em causa se a Rússia vencer o conflito.
A Ucrânia pode estar a desencadear uma série de operações que elevam o caos desta guerra ou pode estar a ser incriminada por ataques que não realizou?
A Ucrânia está a tentar defender-se. Os envelopes armadilhados enviados às embaixadas fazem parte de uma operação por forças que escapam ao controlo da Ucrânia. E quanto ao míssil que infelizmente acabou por atingir território polaco, por exemplo, as investigações ainda estão em curso. Em todo o caso, todos os governos europeus reconhecem que, independentemente da origem do míssil, a razão pela qual caiu na Polónia é o ataque russo contra a Ucrânia, e a defesa ucraniana desse ataque.
A demora para entrar em negociações começa a preocupar os países ocidentais?
Joe Biden, por exemplo, compreende que a Ucrânia vai negociar quando atingir a vitória. O Presidente Zelensky foi bastante claro quanto ao seu plano de paz quando apresentou a sua opinião perante o G20. O plano de Zelensky é negociar quando as tropas russas abandonarem as suas posições e cessarem as hostilidades. Os Estados Unidos sempre demonstraram à Ucrânia que não ocorrerão negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Por isso, Kiev estará pronto para negociar quando atingir os seus objetivos: essa é a condição para quaisquer negociações.
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