O sucesso da contra-ofensiva ucraniana em Kherson pode ser a verdadeira razão para a decisão revelada pelo Presidente russo nesta quarta-feira: a lei marcial nas quatro províncias alegadamente anexadas pela Rússia. “Nas suas declarações de hoje, Putin frisou que já tinha sido imposta a lei marcial e que estava apenas a formalizá-la. Este anúncio é provocado, em larga medida, pelo que se está a passar em Kherson, com as autoridades a dizerem que iriam retirar os civis.” É o que defende Maximilian Hess, investigador do think tank norte-americano Foreign Policy Research Institute e fundador da empresa Enmetena Advisory, que avalia o risco político.
Vladimir Putin impôs a lei marcial em Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson depois de autoridades russas terem alertado para um ataque ucraniano à cidade de Kherson, no sul do país. “Estamos a trabalhar para dar resposta a tarefas muito complexas e de grande escala, para garantir um futuro confiável para a Rússia, o futuro do nosso povo”, afirmou numa reunião do Conselho de Segurança Nacional da Rússia. Maximilian Hess acredita que a medida visa tentar evitar mais um desaire no teatro de guerra. “Os ucranianos terão lançado uma ofensiva que envolve duas brigadas de Nova Kamianka [a pouco mais de 100 kms a norte de Kherson], que foi libertada. É uma informação ainda não confirmada, porque os ucranianos tendem a não dar estas notícias, mas é um cenário altamente provável. As autoridades pró-russas na região têm avisado quanto a uma possível ofensiva ucraniana há uma semana, e isso está a desenrolar-se.”
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes