“Não sei onde estarei no próximo ano”, desabafa Arseniy Kumankov, de 34 anos, agora investigador do Departamento de Política da Universidade de Princeton. O fliósofo russo e antigo professor da Escola de Ciências Sociais e Económicas de Moscovo abandonou a Rússia após a invasão. “Fui forçado a fazer isso, não porque estava na iminência de ser preso, mas porque era impossível manter-me lá”, admite ao Expresso, referindo-se a um ato de consciência moral. Kumankov, que se especializou em estudos de Guerra e Ética nos conflitos e na paz, publicou três livros em russo: “Guerra no Século XXI”, “Guerra. Da Escravidão à Violência” e “Classicismos Modernos da Teoria da Guerra Justa”. Depois de 24 de fevereiro de 2022, não hesitou em posicionar-se contra o “suicídio nacional coletivo” que constituía a invasão iniciada por Moscovo.
Nesta entrevista, o autor e investigador revela como a propaganda estatal russa é eficaz, oferecendo fórmulas já prontas para a população poder justificar o regime, garante que não é por causa de sanções que os civis se vão rebelar e reflete sobre um fenómeno de longa data: a condescendência de Moscovo face ao povo ucraniano. Putin pode ser o menor dos males, se as possibilidades agora em cima da mesa forem analisadas. Isto porque, diz Arseniy Kumankov, o nacionalismo, a violência e a “crueldade” chegaram à Rússia para ficar: o caminho será aproximar-se de Estados mais autoritários, como a Coreia do Norte.
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