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Guerra na Ucrânia

Como a guerra é entendida pelos russos: "A imagem típica da Ucrânia é a de um irmão mais novo, pouco independente e perspicaz"

Loja em Moscovo
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Getty

Arseniy Kumankov tem sido uma das vozes russas mais ativas a manifestar-se contra a guerra desprovida de moralidade (e de razão) que foi iniciada por Moscovo. Quando a invasão começou, em fevereiro, emigrou para os Estados Unidos da América e tornou-se investigador da Universidade de Princeton. O filósofo que se especializou em Estudos de Guerra defende que é um “dever moral” da população russa não se alistar para combater. Ao Expresso, o investigador lamenta a falta de esperança na renovação do regime, porque não faltam alternativas ainda mais beligerantes do que Vladimir Putin

“Não sei onde estarei no próximo ano”, desabafa Arseniy Kumankov, de 34 anos, agora investigador do Departamento de Política da Universidade de Princeton. O fliósofo russo e antigo professor da Escola de Ciências Sociais e Económicas de Moscovo abandonou a Rússia após a invasão. “Fui forçado a fazer isso, não porque estava na iminência de ser preso, mas porque era impossível manter-me lá”, admite ao Expresso, referindo-se a um ato de consciência moral. Kumankov, que se especializou em estudos de Guerra e Ética nos conflitos e na paz, publicou três livros em russo: “Guerra no Século XXI”, “Guerra. Da Escravidão à Violência” e “Classicismos Modernos da Teoria da Guerra Justa”. Depois de 24 de fevereiro de 2022, não hesitou em posicionar-se contra o “suicídio nacional coletivo” que constituía a invasão iniciada por Moscovo.

Nesta entrevista, o autor e investigador revela como a propaganda estatal russa é eficaz, oferecendo fórmulas já prontas para a população poder justificar o regime, garante que não é por causa de sanções que os civis se vão rebelar e reflete sobre um fenómeno de longa data: a condescendência de Moscovo face ao povo ucraniano. Putin pode ser o menor dos males, se as possibilidades agora em cima da mesa forem analisadas. Isto porque, diz Arseniy Kumankov, o nacionalismo, a violência e a “crueldade” chegaram à Rússia para ficar: o caminho será aproximar-se de Estados mais autoritários, como a Coreia do Norte.

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