Exclusivo

Guerra na Ucrânia

Putin muda de estratégia: o frio e a recessão são as novas armas, porque o curso da guerra prova que "a única potência militar são os EUA"

Vladimir Putin
Vladimir Putin
EPA

Uma vingança orquestrada para causar o caos em vários territórios da Ucrânia, mas também uma demonstração de fraqueza e desespero: é assim que analistas ouvidos pelo Expresso definem os últimos ataques sangrentos contra civis e infraestruturas civis ucranianas. O fim de Putin - pressionado pelas elites do país - começa a ser mais do que uma miragem temível para o Presidente russo

Putin “desesperado” é “mais perigoso”, têm repetido os analistas militares durante os mais de sete meses de invasão. Edifícios residenciais danificados, um parque e uma universidade atingidos e a imagem ensanguentada de civis ucranianos nas ruas confirmam a teoria. O que se passou na segunda-feira revelou, de acordo com investigadores ouvidos pelo Expresso, a falta de estratégia (e de meios para a pôr em prática) de Moscovo. Foi o mais amplo ataque contra civis desde os primeiros dias de invasão russa: Vladimir Putin deixou a sua assinatura numa série de explosões de mísseis contra cidades ucranianas, entre as quais o coração de Kiev, Lviv, Dnipro e várias outras localidades distantes da linha da frente dos combates. Uma retaliação contra o “ato terrorista” de fazer explodir parte da ponte Kerch, argumentou o Presidente russo, mas analistas que seguem o regime e a atividade militar no terreno veem o que aconteceu na travessia entre Crimeia e a Rússia como um golpe embaraçoso, difícil de engolir. Os ataques à Ucrânia foram uma resposta aos críticos internos e uma tentativa de apaziguar os ânimos exaltados pela série de derrotas no campo de batalha.

Tiro ao alvo no ego de Putin

Os danos na ponte do Estreito de Kerch mereciam represálias, de acordo com Putin, que encara a infraestrutura como dotada de um grande significado simbólico para a Rússia. “Foi construída quase imediatamente depois de a Rússia ter anexado a Crimeia ilegalmente, em 2014, e a sua conclusão foi retratada como uma das maiores realizações do Governo de Putin, porque fornece uma ligação visível entre a Crimeia ocupada e a Rússia propriamente dita”, aponta John Erath, diretor de Políticas do Centro de Controlo de Armas e Não-Proliferação, em Washington, que orienta os trabalhos relativos a países como o Irão, a Rússia, a Coreia do Norte e China, bem como a política nuclear interna dos EUA.

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas