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Guerra na Ucrânia

Referendos lançados por Putin são marcados por indícios de fraude e intimidação: quais são agora os objetivos na Ucrânia ocupada?

Conquista Cossacos a hastear as bandeiras da Rússia e da Crimeia num edifício governamental em Bakhchysarai, na Ucrânia, a 17 de março de 2014, após um referendo comprovadamente fraudulento ter ditado a anexação da Crimeia à Federação Russa, com 97% de votos a favor
Conquista Cossacos a hastear as bandeiras da Rússia e da Crimeia num edifício governamental em Bakhchysarai, na Ucrânia, a 17 de março de 2014, após um referendo comprovadamente fraudulento ter ditado a anexação da Crimeia à Federação Russa, com 97% de votos a favor
Dan Kitwood/Getty Images

Quatro regiões ucranianas controladas por russos vão votar nos próximos dias sobre uma união com a Rússia. O processo eleitoral não será reconhecido pela comunidade internacional, mas Moscovo espera fazer esquecer as últimas derrotas no campo de batalha. A legitimidade é mais do que diminuta: “Acho que é a primeira vez na história que é anunciado um referendo com três ou quatro dias de antecedência”, aponta Bruno Cardoso Reis

As repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk e as autoridades pró-russas que ocupam Kherson e Zaporizhzhia anunciaram esta semana o que há muito era falado: nós próximos dias, vão perguntar às populações destas regiões se querem fazer parte da Rússia. O referendo incide sobre cerca de 15% do território ucraniano: 90 mil km2, sensivelmente a mesma área de Portugal Continental ou da Hungria.

“Acho que é a primeira vez na história que é anunciado um referendo com três ou quatro dias de antecedência”, aponta Bruno Cardoso Reis, especialista em estudos da guerra. Os “simulacros de referendos”, como lhes chamou o comunicado da NATO, não vão ser reconhecidos pela comunidade internacional, à semelhança do que tem acontecido sempre que Putin tem utilizado esta ferramenta. “Um referendo sem oposição nem uma contagem de votos fiável é um instrumento típico dos líderes autoritários", diz o investigador. Salazar usou esse instrumento em 1933, Hitler em 1934.

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