Guerra na Ucrânia

Putin anuncia "mobilização parcial" para guerra na Ucrânia, ameaça com "todos os meios" e acusa Ocidente de tentar "fragmentar a Rússia"

Putin anuncia "mobilização parcial" para guerra na Ucrânia, ameaça com "todos os meios" e acusa Ocidente de tentar "fragmentar a Rússia"
SPUTNIK

Vladimir Putin fez na manhã desta quarta-feira no primeiro grande discurso ao país desde o início da invasão da Ucrânia

Em atualização

O Presidente da Rússia anunciou esta quarta-feira uma "mobilização parcial" dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito, numa mensagem televisiva dirigida à nação.

Segundo Vladimir Putin, são precisos passos imediatos para defender a soberania e integridade territorial da Rússia. “Temos o direito a definir a nossa vontade” e “enfrentar o Ocidente que está a tentar enfraquecer, dividir e fragmentar a Rússia”, apoiando “terroristas no Cáucaso, apoiando o alargamento das fronteiras da NATO junto à fronteira da Rússia” e também com reforço de armamento.

“O objetivo do Ocidente é enfraquecer e destruir a Rússia. Eles estão a dizer abertamente que em 1991 conseguiram destruir a União Soviética e agora é a hora da própria Rússia. Que a Rússia cairá em muitas áreas que estão a lutar contra si mesmas. Eles tinham estes planos há muito tempo.”

Putin defendeu que a guerra na Ucrânia “começou em 2014” quando o “Ocidente deu origem ao genocídio do povo ucraniano”, impondo o que chama de “regime ditatorial”. De acordo com o líder do Kremlin, o Ocidente fez dos ucranianos “carne para canhão”, “empurrando-os” depois para a guerra. Neste momento, acusa, estão a “usar o exército contra a população civil e a organizar o genocídio, o bloqueio e o terror contra o povo que se recusou a reconhecer que o poder ucraniano é resultado do golpe militar”.

Agora, o líder russo diz que é preciso “intervir”, face à ação militar ucraniana, que é "treinada pela NATO e comandada por militares da NATO"

Por isso, anunciou medidas para defender a soberania da Rússia e dos “territórios”. Entre elas, foi decretada uma mobilização parcial - “repito, parcial, cidadãos que estão neste momento na reserva, que fizeram serviço militar ou têm especialidades importantes". Haverá treino para eles, diz Putin, que vai informar o Parlamento da decisão, assim como da necessidade de criar novas fábricas de armamento.

Segundo a Defesa russa, o país tem capacidade de recrutar até 25 milhões de pessoas. Destes, 300 mil estão na reserva e deverão ser chamados muito em breve. Do recrutamento parcial ficam para já isentos estudantes e recrutas, assim como aqueles que tenham atestados médicos para esse fim.

É preciso defender “Nova Rússia” de “neo-nazis” ucranianos, afirma Putin

Putin afirmou também que em Donetsk “continua a luta”, admitindo “perdas” entre os separatistas. E assume ter dado ordem para definir um estatuto legal para os militares voluntários, dando o mesmo estatuto também aos separatistas das regiões disputadas.

A violência nas regiões separatistas atinge dimensões cada vez mais bárbaras, alertou.

O Presidente da Rússia falou em territórios da “Nova Rússia” e outra vez em “neo-nazis” ucranianos - “herdeiros dos opressores nazis que matam e torturam”, alegadamente atacando hospitais e escolas. “Não podemos abandonar essas pessoas” - dois milhões face aos sete de antes da guerra.

Vladimir Putin diz que os separatistas “decidiram realizar referendos e pediram-nos para garantir a segurança”. E garante que a dará.

Putin alerta para “chantagem nuclear” do Ocidente e avisa que Rússia tem “meios mais modernos do que a NATO”

Durante o discurso, o líder do Kremlin fala de “chantagem nuclear” do Ocidente e avisa: “O nosso país também tem meios de ataque, mais modernos do que a NATO. Se a defesa da Rússia estiver em perigo utilizaremos todos os meios ao nosso alcance para resolver o problema. Podem ficar descansados: utilizaremos todos os meios, repito, todos os meios que sejam necessários".

Putin termina dizendo isto: “Confio no vosso apoio”.

[artigo atualizado às 8h37]

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas