Guerra na Ucrânia

Guerra na Ucrânia: ministro da Defesa russo diz que "operação" está a decorrer como planeado e que ritmo abrandou para evitar "baixas civis"

Sergei Shoigu e Vladimir Putin
Sergei Shoigu e Vladimir Putin
Getty

O ministro da Defesa russo garante que a lentidão dos progressos em território ucraniano foi uma decisão pensada e planeada, de forma a diminuir o número de óbitos entre os civis. Sergei Shoigu vinca, no entanto, que os objetivos de Moscovo serão cumpridos

Os avanços russos na Ucrânia têm sido mais lentos, mas esta não passa de uma decisão deliberada para evitar mais baixas civis. Foi o que afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. Durante uma reunião com os seus homólogos da Organização para Cooperação de Xangai, em Tashkent, no Uzbequistão, o governante russo defendeu que a operação na Ucrânia foi bem planeada, e negou que civis estejam a ser alvos.

“Durante a operação especial, estamos a cumprir com rigor as normas de direitos humanos”, sustentou. "Os ataques são realizados, por armas de alta precisão, em instalações militares ucranianas, centros de comando, aeródromos, instalações de armazenamento, áreas fortificadas defensivas e instalações de produção militar. Além disso, estamos a fazer tudo para evitar baixas civis. Claramente isso diminui a velocidade dos avanços, mas estamos a fazer isso deliberadamente."

Seis meses após o início da campanha militar na Ucrânia, a Rússia vem assim reafirmar que as operações no país vizinho estão a decorrer conforme o planeado e que "todos os objetivos serão alcançados".

A Ucrânia assinala, nesta quarta-feira, os seis meses da invasão do seu território pela Rússia, a 24 de fevereiro, com uma exposição em Kiev de equipamento militar destruído ao inimigo. Os seis meses da guerra coincidem com o 31.º aniversário da independência da Ucrânia, declarada a 24 de agosto de 1991.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Na guerra, que entrou nesta quarta-feira no seu 181.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5587 civis mortos e 7890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.

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