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Guerra na Ucrânia

A Ucrânia (também) está a cometer crimes de guerra – mas vai ser muito difícil julgá-los

A Ucrânia (também) está a cometer crimes de guerra – mas vai ser muito difícil julgá-los
YASUYOSHI CHIBA

A falta de informação fidedigna e a propaganda mediática dificultam as investigações judiciais – e os caminhos da justiça internacional são já por si sinuosos. “Os russos estão a cometer muitos mais crimes” e a Ucrânia “tem o direito de se defender”, mas também está a errar: “Não deveria estar a julgar crimes cometidos contra os seus próprios cidadãos”

A Ucrânia (também) está a cometer crimes de guerra – mas vai ser muito difícil julgá-los

Tiago Soares

Jornalista

No final de março, vídeos nas redes sociais mostraram soldados ucranianos a torturar e executar prisioneiros de guerra russos na vila de Mala Rohan, perto de Kharkiv. Quase em simultâneo, as forças armadas de Kiev divulgaram as identidades de outros prisioneiros russos.

Na mesma altura, as forças russas atacaram um lar de idosos em Luhansk. Cerca de 50 pessoas morreram, a Ucrânia atacou a crueldade russa, mas a culpa era em parte de Kiev: as suas tropas tinham-se instalado no edifício alguns dias antes, tornando-o automaticamente um alvo militar e violando as regras da guerra.

Na defesa do seu território, a Ucrânia já cometeu vários erros e crimes de guerra. "Documentamos um padrão das forças ucranianas: põem civis em risco e violam as leis da guerra quando operam em áreas habitadas", diz Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional. Um relatório publicado esta quinta-feira mostra que a Ucrânia "instala bases militares" em locais como escolas e hospitais e lança ataques a partir de zonas com civis. "Estar numa posição defensiva não isenta os militares ucranianos de respeitar a lei humanitária internacional."

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