A União Europeia deve concentrar-se em ajudar imediatamente a Ucrânia em vez de se envolver em "debates jurídicos" relativamente à designação do país como candidato à adesão ao bloco, disse o primeiro-ministro em entrevista ao "Financial Times".
Para António Costa, o estatuto de candidato – o início de um processo de adesão que demorará, à partida, vários anos – não resolver os problemas urgentes da Ucrânia e inclusive pode criar “falsas expectativas”. Os líderes europeus debatem o assunto nos próximos dias 23 e 24 de junho.
Costa não se opôs à adesão ucraniana, mas a sua prioridade é "obter no próximo Conselho Europeu um compromisso claro sobre o apoio urgente [à Ucrânia] e construir uma plataforma de longo prazo para apoiar a recuperação" daquele país.
"Para este apoio claro e imediato não precisamos de abrir neste momento uma negociação ou procedimento [referindo-se à adesão] que levará muitos anos – [o presidente francês Emmanuel] Macron diz décadas, não digo décadas – mas certamente muito tempo. O grande risco é criar falsas expectativas que se tornam amargas deceções. Menos debates jurídicos, mais soluções práticas", afirmou.
O primeiro-ministro teme ainda que todo este debate dê uma pequena vitória a Moscovo, uma vez que pode mostrar as divergências dentro do bloco. Nem todos os países são 100% apoiantes da adesão ucraniana - ou, pelo menos, da forma que está a ser feita 'passando à frente' de outras candidaturas.
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