Reportagem na Transnístria. ‘País que não existe’ teme ser o próximo palco

Enclave separatista na Moldávia parece relíquia soviética. Crescem sinais de que Putin possa lançar nova “operação especial”
Enclave separatista na Moldávia parece relíquia soviética. Crescem sinais de que Putin possa lançar nova “operação especial”
Mauro Mondello (texto e foto), em Tiráspol
As coberturas azuis da estação de autocarros central de Quixinau estendem-se atrás do maior mercado da capital da Moldávia. Há um fluxo constante de pessoas, cheias de sacos com queijos, carnes, legumes e o obrigatório placinte — pão moldavo recheado com queijo —, à espera para embarcarem num dos maršrutke, monovolumes que são o principal meio de transporte público na Europa Oriental. Levam até 15 passageiros em idas e voltas entre Quixinau e o resto do país.
É nos maršrutke que, todos os dias, centenas de pessoas se deslocam para o enclave separatista da Transnístria. São gente que trabalha na Moldávia e idosos que vêm fazer compras. A viagem de Quixinau a Tiráspol, coração da autoproclamada República da Moldávia Pridnestroviana, demora hora e meia, 74 quilómetros em estrada regional asfaltada e com quatro faixas que se espreme entre as casas de metal e terra dos subúrbios, até aos dois postos militares de Bender. Num primeiro controlo não é verificado qualquer documento, dois jovens soldados dão uma vista de olhos rápida, apenas do lado de fora. Um pouco adiante, um recruta das Forças Armadas da Transnístria ordena a paragem e entra no monovolume.
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