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Guerra na Ucrânia

Mikolaiv está do lado ucraniano, Kherson do lado dos russos. A vida numa linha da frente ondulante

No regresso da aldeia de Novoselivka para Mykolaiv, por volta das duas da tarde, helicópteros ucranianos atravessam de repente a estrada e, segundos depois, começa a ver-se o fumo dos ataques de retaliação a posições do exército russo. Novoselivka é perto das fronteiras do distrito de Kherson, quase totalmente ocupado pelas tropas russas
No regresso da aldeia de Novoselivka para Mykolaiv, por volta das duas da tarde, helicópteros ucranianos atravessam de repente a estrada e, segundos depois, começa a ver-se o fumo dos ataques de retaliação a posições do exército russo. Novoselivka é perto das fronteiras do distrito de Kherson, quase totalmente ocupado pelas tropas russas
RUI DUARTE SILVA

Logo nos primeiros dias da guerra, os russos chegaram do leste até perto de Mykolaiv, a última capital de distrito antes de Odessa. Aos poucos, o exército ucraniano foi recuperando terreno mas as bombas continuam a cair nas vilas plantadas ao longo dos 60 quilómetros entre Mykolaiv e Kherson, distrito ocupado para leste. Não há água canalizada, não há luz, não há lojas para comprar comida. As pessoas têm medo de ficar nestas vilas e aldeias que podem ser ucranianas num dia e russas na semana a seguir

Mikolaiv está do lado ucraniano, Kherson do lado dos russos. A vida numa linha da frente ondulante

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Mikolaiv está do lado ucraniano, Kherson do lado dos russos. A vida numa linha da frente ondulante

Rui Duarte Silva

Fotojornalista

As tropas russas estão a cinco quilómetros. Não há ninguém na rua. Chove, está vento, as nuvens são cinzentas por cima da vila mas as que se aproximam lá ao fundo são quase negras. Está um dia medonho em Shevchenkove, mas estas condições climatéricas são boas notícias para as poucas dezenas de pessoas que decidiram não fugir desta vila a cerca de 35 quilómetro para sudeste de Mykolaiv: céus limpos trazem batalhas mais ferozes - “e mísseis mais certeiros”, explica Iuri, de 27 anos, um dos soldados que aceitou acompanhar o Expresso a esta linha da frente que diariamente serpenteia entre russos e ucranianos

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