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Guerra na Ucrânia

“Não vamos receber-vos com flores, mas com balas”: Mykolaiv, onde a terra acaba e começa o mar Negro (e a resistência persiste)

“Não vamos receber-vos com flores, mas com balas”: Mykolaiv, onde a terra acaba e começa o mar Negro (e a resistência persiste)
Oksana Erema regressa ao sítio onde ficava a sua casa

O sonho de Vladimir Putin de dominar todo o litoral ucraniano e o fulcral porto do mar Negro passa por esta calma localidade, que há um mês tinha 12 mil habitantes. Restam 20%, calcula o presidente da câmara, Oleksandr Beregovyi. Não há quase ninguém nas ruas

“Não vamos receber-vos com flores, mas com balas”: Mykolaiv, onde a terra acaba e começa o mar Negro (e a resistência persiste)

Rui Duarte Silva

Fotojornalista

Assim que o carro sai da via rápida e vira a esquina para o centro da cidade, ficam visíveis — nas farmácias ardidas, casas sem telhado, balas nas paredes e lojas sem vidros — as tentativas do Exército russo para controlar Bashtanka. Sem a dominarem não acedem à estrada que leva até Mykolaiv, e sem Mykolaiv não há acesso à ponte para Odessa. O sonho de Vladimir Putin de dominar todo o litoral ucraniano e o fulcral porto do mar Negro passa por esta calma localidade, que há um mês tinha 12 mil habitantes.

Restam 20%, calcula o presidente da câmara, Oleksandr Beregovyi. Não há quase ninguém nas ruas. Muitos edifícios não são recuperáveis. A região de Kherson, já ocupada, fica a menos de 60 quilómetros para leste. É de lá, e dos navios estacionados ao largo da costa conquistada, que a Rússia tem atacado Mykolaiv. Os mísseis chegam como chuva: a qualquer hora, com intensidade e duração imprevisíveis.

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