Moskva: estrela da frota russa do Mar Negro “severamente danificado”, Ucrânia diz ter atingido o navio com mísseis
O navio Moskva entrando na baía de Sebastopol
VASILY BATANOV/Getty Images
O cruzador de mísseis Moskva, o principal navio russo do Mar Negro, foi atingido, mas o incêndio a bordo já foi controlado, adiantam as autoridades russas
“A fonte do incêndio no ‘Moskva’ está localizada. Não há chamas visíveis. As explosões de munições pararam”, disse o Ministério da Defesa russo, citado pela agência espanhola EFE.
“Estão a ser tomadas medidas para rebocar o cruzador para o porto. As causas do incêndio estão atualmente a ser estabelecidas”, acrescentou o Ministério da Defesa russo, depois de anteriormente ter admitido que o “navio foi seriamente danificado”.
O ministério liderado por Serguei Shoigu não revelou a localização do “Moskva”, mas disse que “ainda está a flutuar” e que “o arsenal principal de mísseis não foi danificado”.
A tripulação foi transferida para “navios da Frota do Mar Negro nas proximidades”, disse ainda o Ministério da Defesa, sem precisar o número de pessoas envolvidas na operação.
Com 186 metros de comprimento, o “Moskva” tem uma tripulação de 510 efetivos. O navio de guerra tinha ficado famoso pelo incidente na Ilha das Serpentes no início deste conflito. Naquela altura, os guardas da fronteira ucranianos gritaram para bordo “Vão lixar-se!” quando os marinheiros russos exigiram a sua rendição no pequeno território do Mar Negro.
Uma surpresa não anunciada
“Mísseis Neptuno protegendo o Mar Negro causaram danos significativos ao navio russo”, declarou pelo seu lado Maxime Marchenko, governador da região de Odessa. Também Oleksiy Arestovich, um conselheiro do Presidente da Ucrânia, deixou uma mensagem no Youtube segundo a qual “tinha chegado uma surpresa ao principal navio russo da frota do Mar Negro”, citado pelo site da Euronews.
O navio russo Moskva circulando no estreito de Dardanelos, na Turquia
Anadolu Agency/Getty Images
A perda da operacionalidade do Moskva - um cruzador de mísseis datado de 1983, em plena era soviética - seria um duro golpe para a Rússia. Em particular na altura em que passam 50 dias sobre o início da invasão da Ucrânia e o invasor se prepara para fazer um novo assalto à região de Donbas, que poderá definir o resultado do conflito, como aponta a agência Reuters.
Em declarações à televisão britânica BBC, o diretor do instituto norte-americano de Estudos Marítimos da Rússia, Michael Petersen, disse que o navio “é um símbolo do poder naval russo no Mar Negro” e que a sua inutilização será um “verdadeiro impulso moral para os ucranianos”.
A Reuters explica que a Marinha russa tem lançado mísseis de cruzeiro para território ucraniano a partir do Mar Negro, sendo esta atividade essencial para apoiar as operações em terra no sul do país, onde continua a batalha para o controlo total de Mariupol.
A captura deste que é o principal porto no Mar de Azov permitiria à Rússia reforçar o corredor em terra que liga as áreas orientais nas mãos dos separatistas e a região da Crimeia, que anexaram em 2014, libertando forças para uma ofensiva mais generalizada.