Ucrânia: mais de dois milhões de refugiados, Zelensky disposto a fazer cedências e ocidente a apertar o cerco económico à Rússia [resumo do 13º dia de guerra]
Funeral de Victor (44 anos) e Ivan (25), dois soldados ucranianos que morreram durante ataque russo, Lviv, 8 de março (Foto: Dan Kitwood/Getty Images)
O discurso inédito de Zelensky, as sanções e boicote do Ocidente e a evacuação de civis. O Expresso resume-lhe o que se passou no 13º dia de guerra na Ucrânia
“Não vamos desistir e não vamos perder. Vamos continuar a lutar até ao fim”
Volodymyr Zelensky, durante intervenção na Câmara dos Comuns
O Reino Unido e os Estados Unidos anunciaram durante a tarde que vão parar de importar petróleo e gás natural da Rússia. A Comissão Europeia fez um proposta semelhante, estimando reduzir em dois terços até ao final do ano as importações de gás. Segundo o “The Guardian”, a UE terá também preparado um novo pacote de sanções que irá afetar mais oligarcas e políticos russos, assim como bancos da Bielorrússia.
Durante o dia, mais marcas aderiram ao boicote económico à Rússia. McDonalds, Pepsi, BP e Shell foram as mais recentes empresas a suspender operações no país.
Em resposta às sanções, Putin lançou medidas para atenuar os impactos das sanções económicas e ameaçou cortar o fornecimento de gás à Alemanha.
A China continua a não manifestar-se sobre a invasão, mantendo boas relações com Moscovo. No entanto, foi noticiado que o governo chinês está a censurar as notícias sobre a guerra, tendo dado ordens aos orgãos de comunicação social para que não publiquem “qualquer conteúdo que seja desfavorável à Rússia e favorável ao Ocidente”.
A Polónia propôs entregar os seus aviões MIG-29 aos EUA. Varsóvia pretende que as aeronaves sejam colocadas numa base norte-americana localizada na Alemanha e posteriormente doados à Ucrânia. A proposta foi no entanto descartada pelos EUA, que dizem não ter sido contactados pelo governo polaco antes de terem anunciado esta intenção.
Mulher chora depois de se despedir do marido debaixo de ponte destruída, enquanto civis continuam a fugir de Irpin
(Foto: Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images)
Para esta quarta-feira, Moscovo voltou a anunciar um cessar-fogo local a partir das 9h00 para possibilitar a saída da população de cinco cidades (Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol). Desde o fim de semana que têm sido declaradas tréguas sucessivas para a evacuação de civis, mas todos os dias repetem-se relatos de incumprimento por parte das forças russas.
Esta terça-feira foi possível retirar civis de Irpin e Sumy. Em Mariupol centenas de milhares permanecem encurralados sem abastecimento de água, comida ou energia. A rota de evacuação desta cidade terá sido bombardeada esta terça-feira.
O conflito em números:
Pelo menos 406 civis foram mortos e 801 ficaram feridos desde o início da invasão da Ucrânia. Há 38 crianças entre as vítimas mortais (Fonte: ONU)
Número de refugiados ultrapassou os dois milhões, a maioria a procurou refúgio na Polónia (Fonte: ONU)
Um milhão de crianças fugiram da Ucrânia desde a invasão (Fonte: Unicef)
Estima-se que tenham morrido “entre 2.000 e 4.000” soldados enviados por Moscovo na Ucrânia desde o início da ofensiva (Fonte: Pentágono)
“Treze ou catorze mil” cidadãos russos foram detidos por protestar contra a invasão (Fonte: CIA)
No Dia Internacional da Mulher, ficámos ainda a saber que o exército ucraniano que está atualmente a combater a invasão é composto em mais de 15% por mulheres (Fonte: Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia)
Refugiado ucraniano numa estação ferroviária de Berlim, Alemanha (Photo by Maja Hitij/Getty Images)