O campo presidencial recusa-se a nomear Lucie Castets, a candidata da Nova Frente Popular. A esquerda acusa o chefe de Estado de negar a democracia. Mas nenhuma força política quer entrar no jogo de um governo de coligação
Desde há algum tempo, a vida política francesa assemelha-se a uma estranha peça de teatro. Há mais de 40 dias que o Governo de Gabriel Attal está demissionário, mas continua a emitir decretos e a trabalhar às escondidas num orçamento que terá de ser apresentado à Assembleia Nacional no dia 1 de outubro. Por outro lado, todas as forças políticas do país se recusam a participar num governo de coligação. A esquerda, unida sob a bandeira da Nova Frente Popular (NFP), não suporta a recusa de Emmanuel Macron em reconhecer a sua vitória na segunda volta das eleições legislativas antecipadas, desencadeadas pela dissolução de 9 de junho. Continua a insistir no facto de que só Lucie Castets, a alta funcionária nomeada pela esquerda unida como candidata ao Matignon, tem legitimidade para ser nomeada primeira-ministra. Em suma, a paisagem política assemelha-se a uma manta de retalhos na qual é difícil discernir um sentido.
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