Em pleno dia, entre o almoço e a hora do lanche de sexta-feira, dezenas, talvez três centenas de jovens invadiram o centro de Estrasburgo e atacaram a Apple Store. Num ápice, a loja foi vandalizada. “Não sobra nem um cabo”, disse-nos um colega jornalista desta cidade no leste da França. Estamos na ultra-chique Praça Kléber frequentada por diplomatas e eurodeputados (Estrasburgo abriga o Conselho da Europa e o Parlamento Europeu).
O bando dissolve-se nas ruas adjacentes assim que a polícia chega. Começa então um jogo do gato e do rato por entre nuvens de gás lacimogénio: pequenos grupos acicatam os guardas para serem perseguidos, deixando outros tranquilos a “limparem” a loja da Lacoste e tantos comércios quanto podem. Um fotógrafo do jornal local, o DNA, é parado por um miúdo de 10 anos que participa no motim: “Podes fotografar-me, eu sou uma vedeta”. À hora do lanche, já havia sete detenções. A mais nova tem 13 anos e meio. A situação acalmou, com promessas dos protagonistas de recomeçarem esta noite.
A França está a arder, mais uma vez. Um tiro fatal de um polícia contra um adolescente de 17 anos lançou o país num caos total. Três noites seguidas de motins de norte a sul causaram já centenas de milhões de prejuízos.
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