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Espanha

Santos Cerdán, o fantasma da sede socialista que ajudou Sánchez a subir e pode arrastá-lo na queda

Santos Cerdán, o fantasma da sede socialista que ajudou Sánchez a subir e pode arrastá-lo na queda
David Canales/Reuters

O ex-número três do partido que governa Espanha ascendeu das fileiras regionais do PSOE à linha da frente nacional. Apanhado em gravações áudio a cobrar comissões ilegais, declara-se inocente

A história de Santos Cerdán é simples de explicar, agora que a sua reputação foi destruída. Não é que os dirigentes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) queiram esconder que teve um papel crucial na carreira política de Pedro Sánchez. Isso ninguém nega. O que se passa é que, conhecido o conteúdo devastador das gravações obtidas pela Guarda Civil, não podem senão admitir com resignação o comportamento delinquente do camarada e analisar como chegou a braço-direito do secretário-geral do partido e primeiro-ministro.

Terça-feira à tarde, o o termómetro da sede socialista na Rua Ferraz, em Madrid, está perto dos 40ºC. “Estou há dias em choque. O relatório da UCO [Unidade Central Operativa, equipa anticorrupção da Guarda Civil] não corresponde à pessoa que julgava conhecer há mais de 20 anos. Ouvir a sua voz a negociar comissões ilegais, a falar de como distribuir milhares de euros… é uma traição, uma pancada muito forte”, afirmava ao Expresso, quase a balbuciar, um veterano dirigente socialista.

O golpe que Cerdán assestou à linha de flutuação do PSOE foi demolidor. Parece ter dado cabo da lendária indestrutibilidade que acompanha Sánchez desde que chegou ao topo do Executivo, em 2018. E é sabido que quando as lendas se desfazem, a narrativa soçobra.

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